De acordo com uma análise de dentes e ossos, os “hobbits humanos”, apelido dado aos primeiros hominídeos, podem ter sido menores do que um metro de altura — tamanho estimado pelos estudiosos anteriormente. A revista científica Nature Communications publicou a nova pesquisa nesta terça-feira (6).
Os restos fossilizados datam de 700 mil anos e pertenciam à extinta linhagem humana Homo floresiensis. A linhagem era formada por humanos extremamente pequenos. Eles habitavam Flores, uma ilha no sul da Indonésia continental atual.
A análise mostra que o H. floresiensis, um desdobramento do Homo erectus, era em média 6 centímetros mais baixa do que se pensava antes: um metro de altura.
Já o H. erectus, extinta cerca de 2 milhões a 250 mil anos atrás, tinham tamanhos corporais semelhantes aos dos humanos de hoje.
Anteriormente, os cientistas encontraram no mesmo local os menores ossos conhecidos de H. floresiensis, na caverna de Liang Bua, ao sul de Manta Menge. Na pesquisa, os especialistas examinaram um conjunto de fósseis, incluindo dentes e um osso parcial do braço superior, que eles concluíram serem de um adulto.
De acordo com o autor principal da pesquisa, o professor Yosuke Kaifu, à, “ossos adultos deixam rastros de metabolismo mais do que os de crianças”.
“Os fósseis de Mata Menge que relatamos aqui mostraram que o tamanho corporal extremamente pequeno do Homo floresiensis evoluiu dentro dos primeiros 300 mil anos de sua história na ilha… e depois disso o tamanho corporal pequeno foi mantido por mais de 600 mil anos. Por que isso aconteceu é outra questão difícil”, diz ele.
A influência da seleção natural na altura dos “hobbits humanos”
Ele explica que evoluir para um tamanho corporal menor pode ser uma questão de seleção natural da ilha, como acontece com elefantes, por exemplo. Isso porque um tamanho maior têm desvantagens como a necessidade de mais alimento e mais tempo para crescer e procriar.
Talvez “não haja necessidade de ser grande nas ilhas porque não há leões e tigres lá”, exemplifica. “Adquirir um corpo grande e um cérebro grande e se tornar inteligente não é necessariamente nosso destino. […] A evidência de Flores indica que nós, humanos, estamos, como outros animais, também sob o controle da seleção natural e podemos evoluir em direções inesperadas”, conclui Kaifu.