“Gran Turismo”: longa acerta ao apostar em história real, mas tropeça em repetições

"Gran Turismo: de Jogador a Corredor" estreia nos cinemas brasileiros em 24 de agosto. O Giz Brasil já assistiu ao longa; veja aqui
Imagem: Sony Pictures/Divulgação

Gran Turismo: de Jogador a Corredor” é o mais recente exemplar da onda de adaptações de games para o cinema que tomou conta de Hollywood. Dirigido por Neill Blomkamp, famoso por “Distrito 9”, o filme tenta dar um passo além de outros longas sobre jogos e aposta em uma narrativa real para comover o público.

A obra é baseada na história do galês Jann Mardenborough, um jogador apaixonado pelo simulador de corridas da Sony que consegue se tornar piloto profissional. Isso acontece após o gamer vencer a primeira edição do GT Academy, uma espécie de reality promovido pelo time de marketing e comunicação da Nissan. O prêmio? O direito de correr em um evento real, com carros de verdade. Contamos mais sobre a história de Mardenborough neste texto aqui.

O elenco conta com nomes como Archie Madekwe (Jann Mardenborough), David Harbour (Jack Salter), Orlando Bloom (Danny Moore), Djimon Hounsou (Steve Mardenborough), Geri Halliwell (Lesley Mardenborough) e Darren Barnett (Matty Davis).

Harbour (Stranger Things) é um dos grandes destaques do filme, interpretando o exigente chefe de equipe Jack Salter. O ator deu um tom bem interessante ao personagem, que é ao mesmo tempo rígido carismático. Já Bloom e Hounsou, embora façam bons trabalhos, acabam tendo pouquíssimo tempo de tela — o que é uma pena.

Não precisa ser um grande fã de “Gran Turismo” ou de automobilismo para se divertir com o longa, que, embora não tenha um roteiro acima da média, está muito longe de ser um desastre. 

A produção aposta na clássica jornada do herói, apresentando um garoto gamer com um sonho distante que, aos poucos, vai superando toda a desconfiança. Sua experiência adquirida em milhares de horas de jogo o ajuda a brilhar nos circuitos mais icônicos do automobilismo mundial.

Takes aéreos bem executados e tomadas que colocam o espectador na perspectiva do piloto, e que, de certa forma, conseguem traduzir bem a adrenalina que é controlar um veículo a mais 300 Km/h.

O diretor ainda utiliza a música como recurso para trazer uma maior carga emocional a algumas cenas. Na obra, músicas como “Paranoid” e “War Pigs”, do Black Sabbath, soam quase como “Eye of The Tiger”, do Survivor, na franquia Rocky.

Fórmula batida?

“Gran Turismo” acaba sendo bastante previsível, ao usar os mesmos artifícios para trazer a sensação de emoção em vários momentos. Pelo menos três vezes durante a história, Mardenborough supera alguns adversários por um para-choque de diferença. Embora seja um recurso interessante, usar uma vez já seria suficiente.

Outro problema que pode desapontar é a falta de comprometimento com a totalidade dos fatos. Mesmo sendo baseado em uma história real, o longa abusa de “licenças poéticas” durante a narrativa de quase duas horas.

Isso incluir adicionar um fato que aconteceu apenas anos após o período em que a história do filme se passa. O acontecimento em si é o grave acidente da Alemanha, quando Mardenborough acabou “decolando” da pista, avançou contra a cerca de proteção e atingiu a área em que o público estava presente. O acidente terminou com uma vítima fatal.

“Gran Turismo: de Jogador a Corredor” estreia nos cinemas brasileiros em 24 de ag0sto.

Vinicius Marques

Vinicius Marques

É jornalista, vive em São Paulo e escreve sobre tecnologia e games. É grande fã de cultura pop e profundamente apaixonado por cinema.

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