Governador de Nova York diz que vai declarar emergência de saúde para proibir cigarros eletrônicos com sabor

Governador de Nova York, Andrew Cuomo, anunciou que quer proibir a venda de cigarros eletrônicos com sabor que não sejam tabaco e mentol em todo o estado.
Cápsulas de Juul à venda em Nova York, em dezembro de 2018. Foto: Seth Wenig (AP)
Após um surto de doenças misteriosas relacionadas a cigarros eletrônicos e associadas a pelo menos seis mortes, e o novo foco no , o governador de Nova York, Andrew Cuomo, anunciou no domingo (15) que está buscando regulamentos de emergência que proíbam a venda de outros cigarros eletrônicos com sabor que não sejam tabaco e mentol em todo o estado.

A Casa Branca anunciou na semana passada que também está considerando retirar todos os cigarros eletrônicos com um sabor diferente do tabaco do mercado, enquanto a Food and Drug Administration (FDA) alertou separadamente a líder de mercado Juul que poderia remover seus produtos do mercado caso a empresa comercializasse para crianças ou retratasse seus produtos como completamente seguros. De acordo com o , Cuomo disse a repórteres em seu escritório no centro de Manhattan que ele deseja que Nova York se torne o segundo estado a proibir cigarros eletrônicos com sabor (depois de Michigan), chamando a situação de “crise de saúde”.

“Vaping [uso de cigarro eletrônicos e vaporizadores] é perigoso”, disse Cuomo. “Ponto final. Ninguém pode dizer que o uso a longo prazo de cigarros eletrônicos – em que você inala vapor e substâncias químicas profundamente em seus pulmões – é saudável”. Observe que, por “cigarros eletrônicos com sabor”, as autoridades se referem a uma variedade de produtos, incluindo dispositivos descartáveis ​​que vêm com cápsulas pré-cheias e pré-embaladas, como as produzidas para produtos do tipo Juul, e líquidos e óleos para vaporizadores vendidos para recarregar dispositivos reutilizáveis.

Embora inicialmente ainda não estivesse claro como exatamente as  de doença pulmonar e seis mortes ligadas ao vaping em dezenas de estados ocorreu, muitas das amostras testadas pelo Centros para Controle de Doenças foram produtos de maconha contendo  . Quando o acetato de vitamina E, um óleo que pode ser combinado com óleo da erva para aumentar os lucros, não é aquecido o suficiente durante a aerossolização, isso pode causar problemas inflamatórios e pulmonares – e, como o New York Times , um recente incidente em Wisconsin envolvendo dois irmãos ilustrou como é fácil fabricar em massa produtos de óleo de maconha falsificados que se assemelham a marcas legítimas de estados onde a maconha foi legalizada.

As doenças relacionadas a vaporizadores e a cigarros eletrônicos com sabor, que são particularmente controversos por estarem fortemente associados ao uso por menores de idade, são questões separadas. O ex-chefe da FDA, Dr. Scott Gottlieb, inicialmente estendeu os fabricantes de cigarros eletrônicos um  antes que seus produtos precisassem ser avaliados por questões de segurança em 2017, mas depois começou a advogar  dos produtos vaping. Gottlieb  na semana passada que as doenças e os cigarros saborizados foram “confundidos” e são “ações separadas e preocupações separadas de saúde pública”, mas ele  que estava na hora de um “acerto de contas federal”.

“As pessoas que estão fumando nicotina e tendo essas reações provavelmente estão fumando produtos ilegais que são falsificados”, disse Gottlieb à CNBC. “Temos que ter um acerto de contas federal aqui…[Os estados que permitem o uso recreativos da maconha] não têm a supervisão adequada, de modo que esses vaporizadores ilegais estão entrando no mercado”.

Segundo o Times, o plano de Cuomo envolve o “órgão regulador pouco conhecido” de Nova York, o Conselho de Saúde Pública e Planejamento em Saúde, liderado pelo comissário estadual de saúde Dr. Howard Zucker. Cuomo planeja que o conselho atenda e emita regras de emergência que proíbam imediatamente os cigarros eletrônicos com sabor.

“Precisamos resolver isso o mais rápido possível”, disse Zucker a repórteres, dizendo que o estado havia rastreado 64 casos de doenças pulmonares relacionadas ao vaping. “Não precisamos repetir a história”.

A American Lung Association criticou a decisão de Cuomo de isentar os produtos com sabor de mentol da proibição, dizendo que ele perdeu “a oportunidade de tomar uma ação decisiva”, segundo o Times. O presidente da associação, Harold Wimmer, acrescentou que apoiava uma proibição federal de todos os produtos vaping com sabor, dizendo: “Embora o anúncio de hoje tenha sido bem-intencionado, levará nossos jovens a usar produtos com sabor de mentol em números ainda maiores”.

A Juul retirou a maioria de suas cápsulas com sabor, com exceção de tabaco, menta e mentol,  em novembro de 2018. Segundo o , as vendas de suas cápsulas de menta subiram rapidamente, com dados da Nielsen mostrando que a Juul arrecadou impressionantes US$ 2,36 bilhões em vendas anualizadas em agosto de 2019. Uma fonte disse ao Post que foi um ganho de “200%” sobre as vendas anualizadas de US$ 791 milhões em outubro, antes de Juul retirar os outros sabores.

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