Google vai deletar dados de navegação anônima para encerrar processo
O Google concordou em apagar “bilhões” de dados de navegação anônima coletados através de navegadores como o Chrome, por exemplo. O objetivo é encerrar um processo no qual é acusado de monitorar seus usuários secretamente. Atualmente, a ação coletiva conta com mais de 50 pessoas que alegam violação de privacidade pela big tech.
Além disso, a empresa vai reformular a notificação exibida na aba anônima, comunicando explicitamente que, mesmo que os dados de navegação não fiquem gravadas no navegador, a empresa ainda pode coletar algumas informações.
O processo teve início em 2020 e tinha como principal objetivo beneficiar milhões de usuários que utilizaram a navegação privada a partir de 2016. Porém, a ação coletiva acusou o Google de usar ferramentas como Analytics, cookies e web apps para coletar dados íntimos de seus usuários.
Coleta “embaraçosa”
Os autores do processo alegaram que a empresa tinha se tornado um repositório com informações pessoais. Isso incluia detalhes sobre amizades, hábitos alimentares, hobbies e tendências de compra. A empresa coletou, até mesmo, dados mais íntimos dos usuários, incluindo “coisas potencialmente embaraçosas”, segundo o processo.
A gigante de tecnologia aceitou um acordo preliminar em dezembro do ano passado. Na época, a empresa reconheceu o monitoramento secreto pela primeira vez desde o início da batalha judicial. A manobra da defesa foi uma forma de a empresa evitar o pagamento de uma indenização avaliada em US$ 5 bilhões.
A acusação considerou a iniciativa do Google de deletar as informações coletadas de navegação anônima positiva, uma vez que a plataforma não poderá lucrar como antes ao utilizar os dados para direcionamento de publicidade e outros tipos de conteúdo.
De acordo com a , o advogado David Boies que atuou ao lado dos autores do processo considerou o acordo um acontecimento histórico. Ele diz que é um grande passo para responsabilizar as grandes empresas de tecnologia do planeta por suas ações.