Google ameaça suspender buscador na Austrália se nova lei for aprovada
O governo australiano vem tentando aprovar uma espécie de código de conduta com diretrizes de convivência entre os meios de comunicação e grandes empresas de tecnologia que atuam na internet. Os dois alvos principais do governo são as buscas no Google e o portal de notícias do Facebook — plataformas com popularidade parecida, como Instagram e YouTube, não estão na mira das autoridades. Neste caso, as duas companhias seriam obrigadas a pagar empresas de mídia pela veiculação de suas notícias nos resultados das buscas de ambos os serviços, além de aumentar o destaque desses conteúdos.
Melanie Silva, diretora-gerente do Google Austrália e Nova Zelândia, declarou que, se o código for aprovado em sua versão atual, a empresa vai suspender seus serviços de busca na Austrália. “Quando você coloca um preço nos links para certas informações, você quebra a forma como os mecanismos de pesquisa funcionam. E você não tem mais uma internet livre e aberta”, afirmou.
Em 2019, o Google Austrália arrecadou cerca de US$ 3,3 bilhões de anunciantes australianos, e pagou cerca de US$ 77 milhões em impostos, com um lucro informado de US$ 637 milhões. A versão original do código de conduta também prevê que as companhias informem os legisladores e usuários sobre mudanças nos algoritmos de busca. Com base nos primeiros rascunhos do projeto de lei, empresas de tecnologia teriam de avisar seus parceiros de mídia de notícias entre 14 e 28 dias de antecedência antes de fazer qualquer alteração que possa afetar a forma como os usuários interagem com o conteúdo. Contudo, Google e Facebook disseram que isso seria impossível, uma vez que os algoritmos são atualizados de maneira constante.