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Google se retira de conferência saudita em meio a suposto assassinato do jornalista Jamal Khashoggi

O Google é a mais recente empresa de tecnologia a se retirar de uma importante conferência na Arábia Saudita informalmente conhecida como a “Davos do Deserto”. A companhia não deu uma razão oficial para a sua decisão, mas outras empresas se retiraram citando o desaparecimento do jornalista do Washington Post Jamal Khashoggi, visto pela última […]

O Google é a mais recente empresa de tecnologia a se retirar de uma importante conferência na Arábia Saudita informalmente conhecida como a “Davos do Deserto”. A companhia não deu uma razão oficial para a sua decisão, mas outras empresas se retiraram citando o desaparecimento do jornalista do Washington Post Jamal Khashoggi, visto pela última vez no consulado saudita na Turquia.

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A CEO do Google Cloud, Diane Greene, deveria comparecer à conferência, formalmente chamada de “Future Investment Initiative”, em Riade, que começa em 23 de outubro. Como aponta a , o Google havia anunciado uma iniciativa para treinar aspirantes a funcionários de tecnologia em cinco “centros de inovação” na Arábia Saudita. Diferentemente de outros executivos de tecnologia, que especificamente falaram do desaparecimento de Khashoggi como a razão por saírem da conferência, Greene não se estendeu.

A história do desaparecimento de Khashoggi fica cada vez mais esquisita. Autoridades turcas foram as primeiras a alegar que ele foi atraído até o o consulado saudita em Istambul, na Turquia, morto e então desmembrado com uma serra, tendo os pedaços de seu corpo enviados em mochilas. Inicialmente, os sauditas negaram que isso tivesse acontecido, porém, sem qualquer evidência em vídeo de que ele tenha deixado o consulado, eles aparentemente se colocaram em um beco sem saída.

Foi vazado para diversos veículos de comunicação nesta segunda-feira (15) que talvez os sauditas aceitariam a responsabilidade pela morte de Khashoggi, mas culpando “agentes rebeldes” do serviço de inteligência saudita. Mas isso ainda não aconteceu. Acredita-se que o príncipe da coroa Mohammed bin Salman (MBS) tenha ordenado diretamente a execução de Khashoggi, por causa de suas críticas ao regime saudita, de acordo com interceptações da inteligência norte-americana.

A Arábia Saudita anunciou no final de semana que qualquer um espalhando “fake news” online seria condenado a até cinco anos de prisão, além de ter que pagar multas pesadas. O reino não mencionou Khashoggi especificamente, mas nem precisou. Todos sabem que a Arábia Saudita está entrando em pânico, à medida que se torna mais provável que o país vá enfrentar consequências econômicas severas pela suposta morte de Khashoggi — não por auxílio do presidente norte-americano, Donald Trump, que fique claro. O regime Trump ainda está apoiando firmemente a Arábia Saudita, graças, em grande parte, aos interesses de empresas militares norte-americanas.

“Eu vou te dizer o que eu não quero fazer”, afirmou Trump no programa 60 Minutes, na noite de domingo. “Eu não quero prejudicar os empregos. Eu não quero perder um pedido assim. E, quer saber, existem outras maneiras de punir.”

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Imagem do topo: Getty

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