Ciência

Gengibre Kencur possui propriedades anticancerígenas, diz novo estudo

Principal componente ativo da variedade, o etil p-metoxicinamato (EMC) impediu crescimento de células cancerígenas em laboratório
Imagem: Dean David/ Unsplash/ Reprodução

Com aroma refrescante e um sabor levemente picante, o gengibre é uma raiz muito usada na culinária e, em algumas culturas, também possui fins medicinais. E não é apenas conhecimento popular: alguns estudos científicos reforçam a eficácia dessas propredades.

Um estudo acaba de revelar que a variedade Kaempferia galanga L., conhecida popularmente como kencur, apresenta propriedades anticancerígenas. A pesquisa foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade Metropolitana de Osaka, no Japão, e publicada na revista científica .

O kencur é uma espécie que faz parte da família Zingiberaceae, a mesma do gengibre e da cúrcuma. Nativo do Sudeste Asiático, também é conhecido por vários outros nomes – gengibre aromático, gengibre arenoso e até lírio da ressurreição. 

O composto ativo do gengibre Kencur

Em pesquisas anteriores, o extrato de Kencur (KGE) demonstrou efeitos anti cancerígenos ao fragmentar o núcleo de células tumorais de camundongos. Isso reduziu a taxa de sobrevivência dessas células e, portanto, combateu o câncer.

No entanto, até recentemente os pesquisadores ainda não haviam compreendido porque isso acontecia. Agora, eles identificaram que seu principal componente ativo, o etil p-metoxicinamato (EMC), suprimiram significativamente o crescimento das células cancerígenas.

Os experimentos foram realizados em nível celular e animal, sob a liderança da pesquisadora Akiko Kojima. “O EMC tem uma variedade de efeitos fisiológicos, incluindo efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes e bactericidas”, escreveu Kojima no artigo. O ativo foi utilizado em doses baixas e, ainda assim, conseguiu suprimir das células cancerígenas.

De acordo com o estudo, o EMC regula positivamente o p21, o que promove a parada do ciclo celular. O ativo também regula negativamente a ciclina D1, conhecida por influenciar o desenvolvimento de vários tipos diferentes de câncer, principalmente o de mama.

O EMC também diminuiu a expressão de uma proteína chamada fator de transcrição mitocondrial A (TFAM), um fator-chave na proliferação de células cancerígenas.

“Até onde sabemos, este estudo é o primeiro a relatar que a diminuição da expressão de TFAM induzida por compostos naturais se correlaciona com os níveis de expressão de ciclina D1 e p21”, afirmam os pesquisadores. 

Contudo, estudos clínicos ainda são necessários para que cientistas consigam confirmar que os compostos bioativos do gengibre kencur exercem os mesmo efeitos em pacientes humanos.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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