Organizações espaciais de todo o mundo consideram criar um fuso horário próprio para a Lua. O anúncio veio da ESA (Agência Espacial da Europa, na sigla em inglês), na segunda-feira (27).
“Um esforço internacional conjunto está sendo lançado para alcançar isso”, diz o assinado pelo engenheiro Pietro Giordano. Segundo a entidade, um padrão do tempo lunar deve facilitar a comunicação das missões que operam no satélite da Terra.
“Como dezenas de missões estarão operando na Lua e ao redor dela e precisarão se comunicar juntas e fixar suas posições independentemente da Terra, esta nova era exigirá seu próprio tempo”, escreveu Giordano.
Até agora, todas as missões à Lua acontecem com uma escala de tempo exportada da Terra. Mas esse “calendário” não é o ideal, visto que o relógio lunar não tem o mesmo mecanismo dos relógios terrestres. Na Lua, os relógios andam 56 microssegundos mais rápido do que os da Terra por causa da distância entre os planetas, por exemplo.
Outro desafio é decidir qual organização vai liderar a reorganização do horário lunar e de que forma se fará isso. Isso porque a comunidade espacial internacional deve concordar com um quadro de referência que permita medições consistentes.
Ao mesmo tempo, essa medida também deve ser comum a todos os países – uma tarefa nada fácil. Pensar nos 24 fusos horários da Terra já foi complexo no século 19. Agora, acrescentar uma 25ª marcação de fora do planeta pode ser mais difícil do que se imagina.
Por que um fuso horário da Lua é importante
Da NASA até a Agência Espacial da China, todos os países avançados em seus módulos espaciais estão de olho na Lua, incluindo a Índia com sua missão Chandrayaan 3.
Com tanta gente por lá, faz sentido que seja preciso acertar um fuso horário para sincronizar o funcionamento dos satélites e sinal de internet. Se os planos derem certo, é possível que outros planetas, como Marte, Vênus e Júpiter, também ganhem seus próprios fusos horários.
“Tendo estabelecido um sistema de tempo de trabalho para a Lua, podemos fazer o mesmo para outros planetas destinos”, disse Bernhard Hufenbach, membro da Diretoria de Exploração Humana e Robótica da ESA.