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Fumar pode aumentar risco de depressão e transtorno bipolar, aponta estudo

Pesquisa encontra relação entre tabagismo e saúde mental; fumar aumenta o risco de ser hospitalizado por transtornos mentais em 250%

Tabagismo pode aumentar risco de transtornos mentais, aponta estudo

Existem diversas razões diferentes pelas quais as pessoas desenvolvem um transtorno mental – e pesquisadores estão constantemente buscando entender quais elas são. Agora, um estudo publicado na revista chegou mais perto de um dos possíveis motivos, o tabagismo.

A pesquisa investigou a relação do cigarro com condições de ordem mental. Um dos principais questionamentos do estudo era se o tabagismo poderia desencadear transtornos mentais ou se a relação se dava da maneira contrária.

As pessoas fumam pela necessidade de aliviar sintomas de transtornos como a depressão, por exemplo.

Em geral, o estudo concluiu que estatisticamente, o tabagismo parece causar transtornos mentais como depressão, transtorno bipolar e esquizofrenia.

“Os números falam por si. Embora não seja a única causa, fumar aumenta o risco de ser hospitalizado com um transtorno mental em 250%”, relatou Doug Speed ao .

Entenda a pesquisa

O estudo foi feito com base em informações genéticas, de saúde e estilo de vida de mais de meio milhão de pessoas do Reino Unido. A partir desses dados do UK Biobank, os pesquisadores começaram a procurar padrões.

A primeira evidência que encontraram foi que o tabagismo ocorre muito antes da doença mental. 

Em média, as pessoas do conjunto de dados começaram a fumar antes dos 20 anos. Mas apenas a partir dos 30 anos elas foram diagnosticadas com algum distúrbio mental e admitidas  em hospitais para tratá-lo.

A segunda evidência que encontraram foi genética. De acordo com os pesquisadores, há um número de variantes genéticas que ajudam a determinar se uma pessoa tende a se tornar fumante. Eles chamam de ‘genes relacionados ao tabagismo’.

“As pessoas do conjunto de dados que carregavam os genes relacionados ao tabagismo, mas não fumavam, tinham menos probabilidade de desenvolver distúrbios mentais em comparação com aqueles que carregavam os genes e fumavam”, diz ele.

Mas por quê?

Os autores do estudo ainda não descobriram o mecanismo biológico que explique como e porquê o tabagismo pode induzir distúrbios mentais. “Uma teoria é que a nicotina inibe a absorção do neurotransmissor serotonina no cérebro, e sabemos que pessoas com depressão não produzem serotonina suficiente”, disse Speed.

Isso porque, apesar da nicotina ativar a produção de serotonina quando a pessoa fuma apenas um cigarro, o efeito é contrário ao continuar com o hábito. O tabagismo inibe o neurotransmissor, o que pode causar instabilidade emocional e ansiedade.

“Outra explicação poderia ser que o tabagismo causa inflamação no cérebro, o que a longo prazo pode danificar partes do cérebro e levar a vários distúrbios mentais. Mas como eu disse: ainda não sabemos com certeza”, explica o líder do estudo.

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