Fuga de talentos é a causa da escassez de mão de obra tech no Brasil; saiba mais
Um do Google mostrou que 92% das startups brasileiras concordam que faltam profissionais de tecnologia no país. Elas atrelam a escassez de mão de obra à fuga de talentos, pois empresas do exterior tendem a recrutar os trabalhadores mais qualificados.
O relatório, publicado na última quarta-feira (31), entrevistou representantes de 253 startups brasileiras. Desses, 84% afirmaram que o mercado de tecnologia daqui não desenvolve o número de profissionais seniores para ocupar vagas que exigem mais experiência e especialização.
Pelo menos 73% dos entrevistados também concordaram que existem “condições mais atrativas” para talentos em tecnologia fora do país. Além disso, 60% disseram que a remuneração no Brasil não é tão competitiva quando comparada ao que se encontra lá fora.
“A falta de talentos no nosso ecossistema ainda é muito grande”, afirmou André Barrence, diretor do Google for Startups para a América Latina, em comunicado enviado à imprensa. “São muitas vagas e poucos profissionais qualificados para atender às atuais necessidades do mercado”.
Concentração no sudeste
Por outro lado, além da escassez de mão de obra, o levantamento identificou que a oferta de oportunidades para profissionais de tecnologia é desigual. Pelo menos 62% das vagas estão na região Sudeste, sendo 43% só no estado de São Paulo.
Outros obstáculos incluem a entrada de mulheres e pessoas negras nesses cargos. Na pesquisa, 57% das startups enxergaram o mercado tech brasileiro como excludente para mulheres e 55% para pessoas negras.
Uma projeção da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação) aponta que o Brasil deve formar 53 mil novos profissionais de tech por ano, de 2021 a 2025. A demanda projetada, porém, é de 800 mil novos talentos anuais para o setor.
A nível global, mais de 85 milhões de empregos no mundo não serão preenchidos por falta de pessoas especializadas para ocupá-los até o final de 2030.