As formigas também emitem gases de efeito estufa potentes com seu resíduo “industrial”
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Reações químicas dentro das pilhas de resíduos orgânicos produzidos pelas formigas-cortadeiras criam quantidades abundantes de , de acordo com uma publicada na quarta-feira (2) na revista científica Proceedings of the Royal Society B. Esses insetos esforçados não estão contribuindo para o aquecimento global na escala das atividades humanas, mas seus comportamentos estão alterando fundamentalmente a composição e a função das florestas tropicais, incluindo a forma como os nutrientes são transportados e reciclados.
As formigas-cortadeiras são insetos herbívoros dominantes e onipresentes nas Américas Central e do Sul. Esses insetos conseguem sugar a seiva das folhas para aumentar rapidamente a energia, mas o verdadeiro objetivo da colheita de folhas é alimentar os fungos que crescem em seus ninhos. As formigas-cortadeiras são agricultoras de insectoides, cultivando fungos para alimentar as suas colônias. Incrivelmente, elas podem remover até viva a cada ano, tornando-as verdadeiras influenciadoras do ambiente, afetando tanto a estrutura como a função da floresta. Porém, como qualquer processo de escala industrial, essa atividade agrícola resulta em resíduos. As formigas-cortadeiras não gostam de deixar lixo por aí e, por isso, desenvolveram um sistema pelo qual fungos mortos, folhas podres e restos de formigas mortas são lançados no topo de um aterro, longe da colônia. Esse comportamento cria uma espécie de pilha de compostos cheia de matéria orgânica, preparando o terreno para processos químicos complexos. O carbono e o nitrogênio contidos nesses aglomerados de resíduos interagem para produzir uma quantidade surpreendente de óxido nitroso, como mostra a nova pesquisa.Pilha de resíduos produzidos por formigas-cortadeiras. Imagem: F. M. Soper et al., 2019/Proceedings of the Royal Society B
Para o novo estudo, a entomologista Fiona Soper, da Universidade de Montana (agora na Universidade Cornell, em Nova York), e seus colegas viajaram para uma floresta tropical no sudoeste da Costa Rica. A equipe de Soper estudou as pilhas de lixo produzidas pela espécie Atta colombica, uma espécie de formiga-cortadeira. No total, os pesquisadores mediram as emissões de 22 depósitos de lixo de colônias em uma área de quatro quilômetros quadrados.