Força-tarefa multinacional desmonta site de abuso infantil na Dark Web com 400 mil usuários

O fechamento da plataforma se deu após uma ação conjunta de vários países da Europa. Investigações vão continuar em outras nações.
Imagem: Jan Hennop (Getty Images)
Imagem: Jan Hennop (Getty Images)
Uma força-tarefa encabeçada por vários países fechou uma plataforma de abuso sexual infantil em larga escala na Dark Web, junto com dezenas de sites de bate-papo com conteúdos semelhantes.

De acordo com o da Alemanha, a plataforma em questão se chamava “Boystown”, tinha 400 mil usuários registrados e era “uma das páginas de abuso sexual infantil de maior destaque da Europa na Dark Web”. Quatro suspeitos, todos de nacionalidade alemã, foram identificados em conexão com o site.

A força-tarefa, liderada pela Polícia Criminal Federal Alemã (Bundeskriminalamt), incluiu a Europol, bem como agências de aplicação da lei da Austrália, Canadá, Holanda, Suécia e Estados Unidos (FBI e ICE).

Investigadores relatam que o site funcionava pelo menos desde junho de 2019. Era “voltado para o exterior”, com canais em diferentes idiomas, e usado principalmente para troca de imagens e vídeos de abusos de meninos menores de idade. Dois fundadores e administradores suspeitos foram presos na Alemanha em meados de abril. O ainda informa que um terceiro suspeito está aguardando extradição no Paraguai.

A polícia também prendeu um homem de 64 anos que autoridades acreditam ser um dos membros mais ativos do site, com mais de 3,5 mil postagens. O NYT aponta que a Alemanha recentemente dobrou sua sentença máxima por espalhar material de abuso sexual infantil (CSAM) para 10 anos, enquanto a sentença máxima por abusar de uma criança é de 15 anos.

A Europol disse em que o site mostrava a rapidez com que os infratores são capazes de se espalhar e reagrupar para escapar da aplicação da lei. “O caso ilustra o que a Europol está vendo em crimes de abuso sexual infantil: comunidades online de criminosos na Dark Web exibem resiliência considerável em resposta às ações de aplicação da lei dirigidas a eles. Suas reações incluem ressuscitar antigas comunidades, estabelecer novos grupos e fazer grandes esforços para organizá-los e administrá-los”, afirmou. Em 2017, a Europol, trabalhando com policiais alemães, que propagava conteúdo sensível com 87 mil usuários. No ano passado, autoridades holandesas, americanas e alemãs, juntamente com a Europol, um outro endereço que estava no ar desde 2012 e hospedava duas mil imagens e vídeos de abuso sexual infantil. Em março de 2021, a Europol que trabalhou com as autoridades belgas para caçar 90 suspeitos associados a nove milhões de imagens encontradas em uma invasão domiciliar.

A Europol planeja usar dados para identificar as vítimas, e o comunicado à imprensa promete que “mais prisões e resgates são esperados em todo o mundo”.

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