Foguetes da SpaceX abriram “buracos” na atmosfera da Terra

Os gases de escape do segundo estágio do foguete fazem com que a ionosfera se recombine rapidamente, gerando um brilho vermelho no céu
fotografia de um foguete falcon 9, da space x, decolando
Imagem: SpaceX/Divulgação

A SpaceX lançou um foguete em 19 de junho a partir da Vandenberg Space Force Base, na Califórnia. E ele pode ter feito um buraco na ionosfera da Terra, segundo especialistas.

A ionosfera está dos 80 aos 640 quilômetros acima da superfície da Terra, segundo a definição da NASA. É uma camada acima da atmosfera em que nós vivemos e respiramos, e está cheia de partículas eletricamente carregadas.

Há relatos de que o Falcon 9, da SpaceX, deixou para trás um brilho fluorescente vermelho no céu quando voava em direção ao espaço – brilho que permaneceu por cerca de 20 minutos e aparece em fotografias , da americana Kamala Venkatesh, compartilhada no EarthSky Community Photos. 

Foguetes e buracos na ionosfera

Segundo especialistas, o brilho vermelho é um sinal de que o foguete abriu um buraco na ionosfera. Ele aparece quando os gases de escape do segundo estágio do foguete fazem com que a ionosfera se recombine rapidamente, segundo o físico espacial Jeff Baumgardner, da Universidade de Boston, nos Estados Unidos.

Os motores de foguete ejetam água e dióxido de carbono (CO2) na ionosfera, extinguindo a ionização local em até 70%. As moléculas que saem do escapamento do foguete interagem com íons de oxigênio na ionosfera, e reações de troca de carga entre eles produzem os fótons (partículas de luz) semelhantes aos das auroras vermelhas.

É o que explica Baumgardner a , que escreve para o SpaceWeather.com. “Este é um fenômeno bem estudado quando os foguetes queimam seus motores 200 a 300 km acima da superfície da Terra”, disse o físico.

Efeitos de um buraco na ionosfera

Um buraco na ionosfera é preocupante? Não tanto, porque a reionização acontece assim que o Sol nasce novamente – e “cozinha” os gases que estão por ali até eles perderem alguns elétrons. Mas eles podem causar erros repentinos em sistemas de GPS e na transmissão de ondas de rádio por operadores de rádio amador.

Essa não é a primeira vez que um Falcon 9 deixa um rastro vermelho para trás. Aconteceu o mesmo em agosto de 2017, quando um destes foguete Falcon 9 criou um buraco quatro vezes maior que o estado da Califórnia, e outra vez, em junho de 2022.

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