Desde os anos 1950, os EUA cultivam a ideia de usar energia nuclear para desenvolver um foguete espacial. Criaram iniciativas como o Atoms for Peace visando alterar a opinião pública que presenciou os horrores da bomba atômica.
Neste assunto bomba atômica, um estudo recente na revista acadêmica Science, na última quinta-feira (6), afirma que o foguete DRACO, da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa dos EUA (DARPA), em parceria com a NASA, terá tanto urânio quanto uma bomba atômica.
HALEU, ou urânio de alto teor e baixo enriquecimento, é um combustível especial que vai ser a fonte de energia dos da próxima geração> Isso inclui o do DRACO.
De acordo com o Departamento de Energia dos EUA, o HALEU consegue fornecer alta eficiência de energia e, ao mesmo tempo, manter o enriquecimento de urânio “bem abaixo do limite necessário para materiais de função militar”.
No entanto, o estudo afirma que é possível criar uma bomba atômica usando HALEU e o reator nuclear do DRACO vai utilizar 300 kg de HALEU. Essa quantidade de urânio, conforme o estudo, é suficiente para fazer uma bomba atômica.
HALEU, combustível do foguete dos EUA
O estudo alerta que, apesar dos subsídios do governo dos EUA e do Reino Unido para adoção do HALEU, o uso desse combustível para armas nucleares, como a bomba atômica, pode representar maiores riscos de proliferação nuclear.
“Se o HALEU se tornar o combustível padrão para reatores nucleares de maneira irrestrita, outros países conseguirão, de maneira impune, obter, produzir e processar o HALEU utilizável na fabricação de armas. Eliminando a distinção entre programas nucleares pacíficos e bélicos”, diz o estudo.
Atualmente, os combustíveis para reatores nucleares não dependem do HALEU, usando o urânio enriquecido em níveis menores que 5%. Com esse teor, o combustível não é capaz de sustentar uma cadeia de explosões, o que preveniu nações e terroristas de usarem reatores comerciais para criação de armas.
O HALEU, é uma versão do urânio com enriquecimento de teor entre 10% e 20%. Está abaixo do nível de enriquecimento que define o urânio enriquecido, usado diretamente na criação de armas nucleares.
Por isso, inicialmente, o HALEU não gerou preocupações. Mas o estudo aponta que o HALEU acima de 12% pode criar uma bomba atômica com capacidades similares às que os EUA lançaram no Japão.