Se você acorda durante a noite sentindo que não consegue respirar direito, ou se levanta da cama todas as manhãs se perguntando por que dormiu muito mal, talvez o problema seja a apneia. O Brasil está entre os três países com maior número de casos de apneia – um estudo publicado pela revista The Lancet indica que existem no mundo quase 1 bilhão de pessoas com o problema, segundo o .
Apesar dos números, muita gente não sabe que sofre com isso. Um diagnóstico geralmente requer um estudo supervisionado do sono em uma clínica, o que a maioria das pessoas não podem ou conseguem fazer. Mas a Fitbit acha que em breve poderá ajudar a descobrir se as pessoas têm apneia do sono ao usar dados do seu pulso.
A empresa colocou sensores SpO2 em praticamente todos os rastreadores fitness e smartwatches que lançou nos últimos dois anos com o objetivo de diagnosticar distúrbios de sono, mas não disponibilizou esses dados aos usuários até agora.
Um novo gráfico de Variação Estimada de Oxigênio está aparecendo na versão americana do aplicativo Fitbit para quem tem o Versa 2, Versa, Versa Lite, o Charge 3 e o Ionic smartwatch.
Esses dados não chegam ao ponto de dizer que você tem apneia do sono, já que uma ferramenta como essa exigiria a liberação da Administração de Alimentos e Drogas dos EUA (FDA, órgão equivalente à Anvisa), mas oferece uma visão geral dos seus níveis de oxigênio no sangue enquanto você dorme.
Grandes variações nesses níveis podem sinalizar que algo está acontecendo, e você provavelmente deveria procurar um médico.
A Fitbit tem trabalhado no diagnóstico da apneia do sono há anos. Primeiro, a companhia adicionou um sensor SpO2 no smartwatch Ionic, lançado em 2017. Depois, lançou o Sleep Score Beta, uma pontuação calculada com base nos dados desse sensor.
Após a companhia ter sido adquirida pelo Google, muita gente se perguntou se os planos iriam mudar, mas parece que o projeto continua. A liberação desse recurso de Variação Estimada de Oxigênio pode ser um último teste antes de tentar a aprovação da FDA.
“A Fitbit continua coletando dados clínicos para testar e desenvolver recursos liberados pela FDA para a apneia do sono”, disse um porta-voz da Fitbit ao Gizmodo. “A expectativa é submeter o recurso para a liberação da FDA em breve e estamos mantendo um diálogo com a agência ao longo deste processo”.
O Fitbit tem concorrentes na cola. A fabricante Withings anunciou recentemente o ScanWatch, que oferecerá recursos de diagnóstico de fibrilação atrial e apneia do sono – a expectativa de lançamento é para o segundo trimestre deste ano (embora esse lançamento também dependa da liberação da FDA).
A Apple, em 2017, adquiriu o Beddit, que fabrica um sensor de rastreamento do sono, e há muito se diz que a companhia está trabalhando na medição dos níveis de oxigênio no sangue – uma função ainda não disponível no Apple Watch.
Num futuro não muito distante, parece que todos os smartwatches serão capazes de dizer o quão doente você está. Ou pelo menos se você dorme mal.