O Programa Institucional de Políticas de Drogas, Direitos Humanos e Saúde Mental da Fiocruz apoiando o uso da cannabis medicinal no Brasil. O documento visa oferecer subsídios técnicos para as instituições responsáveis pela legislação, regulamentação, pesquisa, produção, padronização, distribuição e uso do composto e seus derivados para fins terapêuticos no país.
Segundo os pesquisadores, há uma série de estudos que reforçam o potencial terapêutico do canabidiol (CBD) e do delta-9-tetrahidrocanabinol (THC). Os chamados canabinoides parecem ajudar pacientes com dores crônicas, epilepsia refratária, espasticidade, transtornos neuropsiquiátricos, náusea, vômitos e perda do apetite.
A equipe cita ainda estudos que estão testando a eficácia e segurança de tratamentos terapêuticos baseados em cannabis para sintomas associados ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), atividade anticancerígena em determinados processos tumorais, síndrome do intestino irritável, doença de Huntington, esclerose lateral amiotrófica, artrite reumatoide, doenças metabólicas e cardiovasculares, síndrome de Tourette, distonia, demência e glaucoma.
A Fiocruz reforça que há evidências sobre os benefícios da cannabis medicinal e pede para que mais pesquisas do tipo sejam produzidas no Brasil. Além dos estudos clínicos, a fundação cita ainda a importância da capacitação de médicos e outros profissionais de saúde sobre o uso terapêutico do composto e derivados.
Para ter uma ideia, a Comissão de Drogas Narcóticas da ONU retirou a cannabis de sua lista mais restritiva em 2020. Isso significa que eles não consideram mais a planta uma droga com alto potencial de abuso e sem qualquer valor terapêutico. A própria OMS (Organização Mundial da Saúde) fez tal recomendação.
O conhecimento sobre os canabinoides deve permitir a produção e distribuição nacional segura e eficaz da planta. Tal medida deve ajudar a melhorar a qualidade de vida de diversos pacientes.