Ficar sentado vendo TV é pior para a saúde do que ficar sentado trabalhando, diz estudo
Para o estudo, que foi no Journal of American Heart Association, Diaz e sua equipe analisaram exclusivamente os afro-americanos. Eles analisaram dados do Jackson Heart Study, um estudo observacional de longa duração com mais de 5 mil pessoas de meia-idade que moram em Jackson, Missouri, e seus arredores. O projeto, iniciado em 2000, é considerado o maior estudo desse tipo nos EUA. Ele analisa os fatores que afetam a saúde cardiovascular dos afro-americanos.
Os pesquisadores analisaram mais de 3.500 voluntários que informaram quanto tempo costumavam passar assistindo à TV, bem como quanto tempo passavam sentados em seus trabalhos. Em seguida, eles rastrearam sua saúde durante um período médio de acompanhamento de cerca de 8 anos, observando casos de doença cardiovascular e morte.Como você poderia supor, as pessoas que assistiam a quatro horas ou mais de TV por dia tinham uma chance maior de problemas cardíacos e morte do que aquelas que assistiam duas horas ou menos — cerca de 50% a mais de risco relativo, depois de ajustar fatores conhecidos como idade ou sexo. O risco adicional absoluto ainda era pequeno. Cerca de 7,5% das pessoas no grupo de que via TV menos tempo tiveram doenças cardíacas ou morreram no final do estudo, em comparação com apenas 13% no grupo via TV por muito tempo.
Mas não havia nenhuma relação semelhante quando se tratava de trabalhar. Aqueles que disseram que quase sempre ficavam sentados no trabalho não eram mais propensos a ter um ataque cardíaco ou morrer de problemas do coração do que aqueles que disseram que raramente se sentavam.
Esta não é a primeira pesquisa a descobrir que ficar sentado no trabalho não causa danos à saúde. Embora esses estudos possam apenas indiretamente oferecer evidências para suas conclusões, a equipe tem algumas teorias sobre por que ofícios sentados não usam nossos corações da mesma maneira que ficar diante de uma tela.Esses fatores provavelmente serão especialmente importantes para os afro-americanos, porque acredita-se que eles assistam mais TV em média. Ao mesmo tempo, como muitos outros estudos, esta pesquisa descobriu que o exercício aparentemente conseguia neutralizar os efeitos do comportamento sedentário — aqueles que assistiam a muita TV mas ainda tinham 150 minutos ou mais de exercício moderado a vigoroso por semana não tinham maior chance de doenças cardíacas ou de morrer do que os outros.
Há, sem dúvida, muitas influências externas que tornam mais difícil para as pessoas ter tempo e recursos para se exercitarem, como morar em bairros mais pobres que não têm academias ou parques. Mas ainda há pequenas coisas que a maioria das pessoas deve fazer para ter mais saúde, de acordo com Diaz. “Em vez de jantar e sentar para ver TV pelo resto da noite, dê um passeio pelo seu bairro e depois volte para a TV. Nós não estamos dizendo para parar de ver TV completamente. A chave aqui é moderação”, disse ele. Outra implicação do estudo é que mesmo pessoas que passam longas horas sentadas no trabalho, como motoristas de caminhão, trabalhadores de escritórios ou repórteres obcecados, não estão necessariamente condenadas a terem problemas cardíacos. “Concentrar-se em reduzir o tempo sentado fora do horário de trabalho e substituí-lo por atividade física ainda proporcionará importantes benefícios à saúde”, acrescentou Diaz.