Celulares usados em operação do FBI para prender criminosos estão à venda na internet
Há cerca de um mês, uma mega operação intercontinental chamada “Escudo de Troia” (Trojan Shield) prendeu centenas de pessoas que integravam facções cibercriminosas. Na época, foi revelado que o FBI criou uma falsa empresa de criptografia para fisgar os bandidos — isso por meio de um aplicativo instalado em smartphones. Pois eis que os celulares usados na operação começaram a aparecer em anúncios de venda na internet.
O app, chamado ANOM, servia como um meio de comunicação entre os criminosos, e foi instalado em aparelhos específicos que o próprio FBI distribuiu para rastrear e monitorar grupos do crime organizado. Os ladrões pensavam que o dispositivo era uma plataforma de comunicação segura e impenetrável, porém serviam para que o FBI e outras agências de segurança acompanhassem a movimentação dos criminosos.
Dispositivos tinham recursos secretos
O Motherboard adquiriu um dos aparelhos de um desses sites de venda online. E os relatos mostram o quão estranho eram os tais smartphones.
À primeira vista, o celular parece normal: um usuário digita um PIN para fazer login e é levado para o que parece a tela inicial. Mas o dispositivo vem equipado com o que são, essencialmente, apps chamariz — Netflix, Instagram, Snapchat e Tinder — que, ao serem abertos, não funcionam. Em vez disso, para obter uma interface funcional, o usuário precisa reiniciar o telefone e digitar um PIN diferente. Isso redefine a tela inicial, deixando apenas um app de relógio, calculadora e as configurações do telefone.