FBI pede ajuda à Apple para desbloquear iPhone de atirador em Base Naval dos EUA

FBI quer investigar telefone celular de um atirador saudita que matou três pessoas em um tiroteio numa Base Naval em Pensacola, na Flórida (EUA).
Oficiais da Força Aérea dos EUA transporta corpo do marinheiro Cameron Scott Walter em 8 de dezembro de 2018. Um atirador saudita matou três pessoas durante um tiroteio na Flórida. Crédito: Cliff Owen/AP
Oficiais da Força Aérea dos EUA transporta corpo do marinheiro Cameron Scott Walter em 8 de dezembro de 2018. Um atirador saudita matou três pessoas durante um tiroteio na Flórida. Crédito: Cliff Owen/AP
O FBI está solicitando a ajuda da Apple para desbloquear o telefone de um atirador que matou três pessoas e feriu outras oito em dezembro de 2019 em uma Base Naval em Pensacola, na Flórida (EUA). O Gizmodo confirmou que a consultora geral do FBI, Dana Boente, requisitou a ajuda da Apple para desbloquear o aparelho em uma carta enviada na segunda-feira (6) depois de obter uma ordem judicial para pesquisar o conteúdo da correspondência.

A NBC News sobre a existência da carta durante a terça-feira (7) pela manhã.

Mohammed Saeed Alshamrani, de 21 anos, suspeito de ter efetuado os disparos, que é segundo tenente da Força Aérea Real Saudita, estava participando de um programa de treinamento na Estação Aérea Naval de Pensacola no momento do tiroteio, disseram autoridades. As autoridades ainda não divulgaram o motivo do tiroteio, mas no mês passado disseram que postagens nas redes sociais críticas ao apoio americano a Israel aparentemente pertencem a Alshamrani. Os posts, alguns dos quais caracterizavam os EUA como anti-muçulmanos, foram apagados.

A NBC relatou anteriormente que Alshamrani, que não era cidadão norte-americano, usou uma brecha na lei da Flórida para adquirir uma arma de fogo. A brecha permite que não cidadãos adquiram armas de fogo se tiverem uma licença de caça, como Alshamrani fez.

O FBI confirmou ter enviado a carta. A Apple não respondeu ao pedido de comentário do Gizmodo.

Um funcionário da Apple disse à NBC que já havia fornecido ao FBI “todos os dados” em sua posse pertinentes a Alshamrani há um mês.

É provável que a solicitação do FBI reacenda a disputa de anos sobre se a Apple e outras fabricantes de telefones devem ser legalmente obrigadas a ajudar os investigadores a desbloquearem dispositivos em casos criminais.

A Apple disse que seus telefones são fabricados de tal maneira que nem mesmo eles conseguem burlar a criptografia do dispositivo. O design de iPhones que poderiam ser facilmente desbloqueados pelo FBI exigiria que a Apple criasse uma “chave mestra” capaz de desbloquear centenas de milhões de telefones, disse o CEO da Apple, Tim Cook, em 2016.

Cook argumentou que a prestação dessa assistência à aplicação da lei colocaria uma carga indevida sobre os programadores da Apple e aumentaria ainda mais o risco à privacidade do consumidor. Em 2016, o FBI conseguiu uma para obrigar a Apple a desbloquear o iPhone de Syed Rizwan Farook, o atirador falecido em um ataque terrorista em dezembro de 2015 em San Bernardino, na Califórnia (EUA). O FBI pagou uma empresa externa — muito provavelmente a empresa israelense Cellebrite — para desbloquear o telefone. Em 2017, a senadora Dianne Feinstein para acessar o dispositivo de Farook. Durante uma audiência no Comitê Judiciário do Senado no mês passado, o gerente de privacidade dos usuários da Apple, Erik Neuenschwander, chamou a criptografia forte de “tecnologia subjacente que fornece segurança na informação em todos os sistemas modernos”. “Não sabemos como implantar criptografia que fornece acesso apenas para os mocinhos, sem facilitar a invasão dos bandidos”, disse ele.

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