Fãs denunciam uso de robôs cambistas em venda de ingressos do RBD
A segunda rodada da venda de ingressos para os shows de reencontro do RBD no Brasil começa nesta quinta-feira (2) e, com ela, vem a descrença dos fãs de que algo poderá impedir a invasão de cambistas nas bilheterias e sites de compra online.
Desde 27 de janeiro, quando os bilhetes para a apresentação esgotaram em menos de 10 minutos, fãs denunciaram a ação de golpistas que usam robôs para levar todos os ingressos disponíveis no site.
Enquanto isso, nas bilheterias físicas, cambistas intimidam os compradores que ficam dias na fila para adquirir as entradas. Alguns chegam a cobrar mais que o dobro do preço original dos ingressos, como mostra da emissora Record.
Um dos vídeos que circula nas redes sociais mostra um suposto cambista dizendo que a Eventim, responsável pela venda dos bilhetes, colabora com o esquema. Solicitamos a posição da empresa, que não respondeu até a publicação da reportagem. O espaço segue aberto.
O Procon-SP a Eventim e exigiu explicações sobre os problemas relatados pelos consumidores. O órgão disse ao Giz Brasil que já recebeu a resposta e deve divulgar a análise até sexta-feira (3). No site, a empresa diz que não se responsabiliza por ingressos comprados de terceiros.
Robôs compradores de ingressos
A venda de bilhetes que esgota em poucos minutos não se restringe apenas ao grupo mexicano. Apesar do RBD ter muitos fãs no Brasil, cambistas usam robôs ultravelozes que compram todos os ingressos do site. Depois, revendem as entradas por um preço muito maior.
No portal de cambistas Funbynet, por exemplo, um lugar na pista premium sai por R$ 2 mil, enquanto o mesmo local custa R$ 850 no site da Eventim. Um ingresso de meia-entrada para a cadeira inferior fica R$ 800 na venda alternativa, enquanto o site original cobra R$ 280.
O ex-fraudador Ken Lowson, contou em entrevista ao site que robôs como os do RBD são capazes de preencher formulários em milésimos de segundo e encontrar ingressos no instante em que entram para venda. Segundo Lawson, é possível comprar até 20 mil ingressos em poucos minutos.
Nada disso é novidade. Em 2013, a gigante de vendas de ingressos dos EUA, Ticketmaster, que mais de 60% dos seus bilhetes para grandes shows foram, na verdade, comprados por robôs.
Depois disso, a empresa buscou formas para intensificar o combate a esses invasores – mas a batalha tem sido dura desde então. Enquanto os mecanismos do site tentam identificar possíveis robôs, a tecnologia dos bots também evolui, o que atrasa o combate à prática.