O Facebook prometeu, mas falhou em cumprir a promessa de não promover grupos políticos
Encontramos 12 grupos políticos entre os 100 principais grupos recomendados para mais de 1.900 usuários do Facebook em nosso projeto Citizen Browser, que rastreia links e recomendações de grupos à mostra em um painel nacional de usuários do Facebook… O Facebook indicou grupos políticos com mais frequência para eleitores de Donald Trump em nosso painel. Quase um quarto dos 100 principais grupos sugeridos aos eleitores de Trump eram políticos – e os grupos políticos representavam metade dos 10 principais grupos recomendados aos eleitores de Trump.Além disso, o Markup descobriu que vários dos grupos mostrados aos apoiadores de Trump incluíam postagens pedindo violência política, espalhando teorias da conspiração ou discutindo a logística de participar de um comício extremista em 6 de janeiro em Washington, que veio a se tornar a invasão ao Capitólio, o Congresso dos EUA, resultando em cinco mortes.
O próprio Facebook sabe que suas ferramentas de recomendação, que visam manter os usuários engajados com outras pessoas no site por longos períodos de tempo, podem ser usadas para alimentar grupos mal intencionados. Um relatório do em maio de 2020 reafirmou a conclusão de uma pesquisa interna do Facebook, que descobriu que “64% de todas as associações de grupos extremistas se devem às nossas ferramentas de recomendação”.
A empresa afirmou estar tomando medidas importantes para bloquear certos recursos desde a temporada de eleições. Mesmo assim, permitiu que anúncios de equipamentos militares e de sobrevivência fossem veiculados ao lado de conteúdo que impulsionava as teorias de conspiração eleitoral e notícias sobre a rebelião no Capitólio. Reportagens do e do mostraram que o conteúdo de extrema direita continuou a proliferar no Facebook antes do motim do Capitólio, incluindo a hashtag #StopTheSteal. Pelo menos uma dúzia de grupos afiliados ao Partido Republicano e indivíduos que coordenavam o transporte de apoiadores para o ato golpista também tiveram origem no Facebook.
O Facebook também é amplamente responsável pelo crescimento explosivo do QAnon, uma teoria da conspiração que acredita que os políticos democratas e celebridades fazem parte de uma conspiração satânica que controla o governo e estupra crianças. Os grupos QAnon não foram proibidos até outubro, e os que foram excluídos discutiam violência – todos os outros temas continuaram na ativa. “Temos uma política clara contra a recomendação de grupos cívicos ou políticos em nossas plataformas e estamos investigando por que eles foram recomendados em primeiro lugar”, disse em comunicado o porta-voz do Facebook, Kevin McAlister, ao Markup.