Exposição que transforma dados em arte começa nesta quarta (27) no Rio

Começa nesta quarta-feira (27) a 2ª edição da exposição “Existência Numérica – Emergências”, no centro cultural Futuros – Arte e Tecnologia, no Rio de Janeiro. Com curadoria de Barbara Castro, Doris Kosminsky e Luiz Ludwig, a mostra recebeu mais de 25 mil visitantes em 2018 — e, inclusive, . Este ano, deve atrair ainda mais pessoas, com três meses de duração.

O evento é focado em unir dados estatísticos e arte. As obras abordam temas atuais, como mudanças climáticas, fake news, questões identitárias e a valorização da ciência.

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Ao todo, serão 11 obras, que ocuparão o prédio inteiro do museu Futuros – Arte e Tecnologia. Há criações de nove artistas brasileiros e estrangeiros.

Doris Kosminsky destacou, em entrevista ao Giz Brasil, que as obras são totalmente novas, apesar da participação de curadores anteriores e do português Pedro Miguel Cruz, que participou da exposição de 2018 e também trouxe trabalhos para a nova mostra.

Este ano, Cruz exibe, em parceria com a americana Chloe Hudson Prock, a instalação “A Tempestade Perfeita”, que relaciona o capitalismo e a mudança climática. Com dados sobre as emissões de gás carbônico e o índice de risco climático no mundo, a obra leva o público a uma reflexão sobre combustíveis fósseis.

Dados como matéria-prima da arte

Embora seja inovadora, a ideia de transformar arte em dados não é inédita. “Já tem gente que trabalha usando dados como matéria-prima e usando tecnologias muito variadas para colocar esses dados, desde pedaços de madeira, papel, miçangas, e também tecnologias digitais, que é o forte da nossa exposição”, explica a curadora.

No entanto, com o passar dos anos, o acesso a dados se expandiu, o que aumentou o conhecimento do público sobre o tema.

“Os artistas trabalham com as coisas da sua época […] E, no nosso caso, a gente está num mundo, numa sociedade que produz dados numa forma maciça. Onde você vai você está deixando ali o seu cartão de crédito, o seu nome, o seu CPF na internet… Então, é uma matéria-prima relevante, uma quantidade de dados absurda”, diz.

Físico estrangeiro é destaque na exposição

Enquanto na primeira edição os curadores queriam apresentar ao público a visualização artística de dados, nesta edição, a exposição é mais abrangente do que apenas a tecnologia. Ela busca levantar questionamentos sobre o eixo socioambiental. Um dos destaques, desta vez, é a contribuição físico hungáro Albert-László Barabási, considerado o “Papa” da rede de dados. Em três obras, Barabási apresenta a animação 3D generativa “Fake News”, sobre os 12 perfis cruciais para a disseminação de notícias falsas sobre as vacinas da Covid-19 no X (Twitter); um mapa que conecta 88 mil artigos da revista científica Nature, em homenagem ao seu aniversário em “150 anos de Nature”; e o linho bordado de “Emergências”, com dados de ligações de telefones celulares em situações de emergência. De acordo com Kosminsky, a variedade entre os formatos das obras ajuda a enriquecer a experiência dos visitantes. “Às vezes uma pessoa pode não ter afinidade com uma projeção, com uma tela de computador, mas pode ter com a tapeçaria, vê ali um bordado superbonito, e vai querer ver o que é aquilo”, diz.

Seminário “Existência Numérica – Emergências”

Nesta quarta-feira (27), o espaço apresenta um seminário com os artistas participantes, que começa às 10h (). Os ingressos estão esgotados, mas ainda é possível assistir à transmissão ao vivo. . A exposição tem patrocínio da Oi e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e apoio cultural do Oi Futuro.

Serviço:

Exposição “Existência Numérica -Emergências” Local: Espaço cultural Futuros – Arte e Tecnologia Período: de 27 de março a 23 de junho Endereço: R. Dois de Dezembro, 63 – Flamengo, Rio de Janeiro Horário de funcionamento: de quarta a domingo – 11h às 20h