Ex-moderadores do Pornhub assistiam a 1.200 vídeos por dia em busca de conteúdos suspeitos
O Pornhub tem passado por uma extensa reformulação nos últimos dias. Tudo graças a um editorial do que expôs como o site de vídeos se omite diante de publicações de abuso sexual e violência infantil. Desde então, a companhia já perdeu contratos com Visa e Mastercard e desativou milhões de vídeos. Agora, ex-funcionários da empresa estão vindo a público contar como eram algumas das políticas internas do site adulto.
Uma dessas entrevistas foi publicada esta semana pelo , que conversou com três moderadores que trabalharam na MindGeek, a empresa-mãe do Pornhub e de outras grandes plataformas de pornografia online, entre elas Redtube, Youporn, XTube e Brazzers. O trio trabalhou há alguns anos na sede da empresa, em Montreal, no Canadá, onde eram responsáveis por filtrar vídeos sexualmente explícitos nos sites adultos da MindGeek, entre eles o Pornhub.Em um dos exemplos citados, o entrevistado contou ao Business Insider que um vídeo com o título anunciando que um homem fazia sexo com “sua mãe” não seria aprovado pelo Pornhub. No entanto, se o nome do vídeo fosse alterado para uma expressão mais ampla, como “filho da mãe”, então o conteúdo permaneceria na plataforma, já que, com base nas diretrizes da empresa, ele não afirmava explicitamente que o homem e a mulher eram parentes.
Mudou alguma coisa?
Os ex-funcionários descrevem como era o trabalho há alguns anos, apesar do Business Insider não especificar exatamente há quanto tempo eles deixaram a MindGeek. Um deles, que integrou a equipe do Pornhub pelo menos até março deste ano, diz que a companhia parece ter reformulado alguns processos de moderação de conteúdo no início de 2020. Na época, a empresa moveu algumas equipes que não trabalhavam como moderadoras para ajudar na revisão dos vídeos hospedados no site.
Por conta da pandemia de COVID-19, as novas equipes demoraram para serem integradas, e foram poucas sessões de treinamento — apenas duas. Depois, começaram a trabalhar usando como base uma planilha no Excel que listava milhares de vídeos sinalizados como suspeitos. Dos 1.200 vídeos que deveriam ser analisados todos os dias, os colaboradores passaram a assistir cerca de 400.O que diz a MindGeek
Ao Business Insider, um porta-voz da MindGeek declarou em comunicado via e-mail que “segurança é a principal prioridade da empresa”, destacando as medidas que a companhia vem implementando ao longo das duas últimas semanas.
No entanto, o comunicado em questão não incluía o nome de nenhum executivo. E isso é um problema, já que o Pornhub tem o histórico de nunca apresentar seus verdadeiros representantes — e quando o faz, os nomes citados parecem não existir de verdade. Questionada pelo Business Insider sobre a veracidade do porta-voz do e-mail, a MindGeek se recusou a comentar.
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