A evolução não será mais ensinada nas escolas da Turquia

Afirmando que a evolução é “discutível, controversa e muito complicada para os estudantes”, a Turquia decidiu parar de ensinar a seleção natural
Afirmando que a evolução é “discutível, controversa e muito complicada para os estudantes”, o conselho de educação da Turquia . A decisão enfureceu a oposição secular do país, mas pode encorajar outros países a fazerem o mesmo.

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O jornal britânico Guardian noticia que o diretor da comissão nacional de educação, Alpaslan Durmuş, afirma que o capítulo sobre a evolução será removida da nona série dos livros didáticos de biologia, e o assunto será evitado até que os estudantes atinjam o nível superior de ensino. “Acreditamos que esses assuntos estão além da compreensão [dos alunos]”, explica Durmuş em um publicado no site do Ministério da Educação da Turquia.

A decisão é lamentável, mas não surpreendente. As vozes pró criacionismo na Turquia têm se agitado por anos, e os pais começaram a protestar sobre a maneira como a religião vinha sendo ensinada nas escolas. No começo desse ano, o vice-primeiro ministro do país, Numan Kurtulmuş, descreveu a evolução como sendo “arcaica” e “com falta de evidências o suficiente”. Além de remover a evolução do currículo, estudantes irão passar menos tempo estudando o legado secular do país, e será dada menos atenção ao fundador da República da Turquia, Mustafa Kemal Atatürk, que incutiu tradições seculares e normas no país. Mas ênfase será dada no ensino da religião e às contribuições de diversos cientistas turcos e muçulmanos. No geral, as escolas sairão do método “eurocentrista”. A versão final do currículo deve ser divulgada na semana que vem, durante a conclusão do Ramadã.

Não é preciso dizer que toda essa ação não foi bem vista pela oposição secular do país, que tem acusado o presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, de conduzir a nação para uma agenda islâmica que vai contra princípios fundadores do país. A oposição está particularmente indignada com as últimas mudanças no currículo, já que influenciarão a próxima geração de pensadores. As reformas educacionais chegam apenas dois meses depois de Erdoğan que agora lhe concede poderes executivos radicais.

Escrevendo ao Guardian, os repórteres Kareem Shaheen e Gözde Hatunoğlu que a “pouca aceitação da evolução como um conceito entre os principais clérigos muçulmanos no Oriente Médio, que acreditam que a teoria contradiz a história da criação nas escrituras, na qual deus deu a vida ao primeiro homem, Adão, a partir do barro. Ainda assim, a evolução é ensinada brevemente em muitos cursos de biologia do ensino médio na região”.

É difícil saber se a decisão da Turquia em acabar com o ensino da evolução na sala de aula irá inspirar que outros países façam o mesmo, ou se este será um desdobramento específico para a Turquia em sua mudança na paisagem sociopolítica. Pode ser que esta última situação seja o caso.

Tirando algumas áreas dos Estados Unidos e de vários países fundamentalistas islâmicos, – . A seleção natural Darwiniana é ensinada até mesmo em alguns dos países mais devotos, como Polônia, Irlanda e Irã. Em alguns lugares, como no Reino Unido e , o ensino do criacionismo é em aulas que sejam de ciência. Em 2007, o Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE) adotou uma resolução para alertar sobre , argumento aos estados membros a “firme oposição no ensino do criacionismo como uma disciplina científica com o mesmo peso da teoria da evolução e na apresentação geral das ideias do criacionismo em qualquer disciplina que não fosse de religião”. No lado obscuro no debate, os 12 livros didáticos do currículo da Arábia Saudita apenas menciona a evolução pelo nome, que a ideia nega a criação da humanidade por Allah. No Paquistão, . Esperamos que a Turquia e outras nações céticas quanto a evolução um dia voltem a ensinar um conceito que provou o seu valor e só se tornou mais forte desde que foi proposto há 150 anos. A evolução não é “apenas” uma teoria mais – é uma parte . []

Turkish President Recep Tayyip Erdoğan. (Imagem: AP)

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