Em 2020, EUA teve a maior queda na emissão de gases de efeito estufa desde a 2ª Guerra Mundial
Imagens de ruas vazias ao redor do mundo ganharam atenção no ano passado à medida que os países entravam em lockdown no início da pandemia de Covid-19. As ordens para ficar em casa resultaram não apenas em menos pessoas nas ruas, mas também menos veículos e aviões circulando.
O resultado disso foi uma queda acentuada na emissão de gases poluentes no ano de 2020. No caso dos Estados Unidos, de gás carbônico do mundo, os níveis de gases causadores do efeito estufa caíram em 10%, representando a maior queda registrada pelo país desde a Segunda Guerra Mundial.
Já no caso da demanda por eletricidade, a queda não foi tão acentuada assim, chegando apenas a 2%. Por outro lado, o relatório indica que houve um declínio rápido e contínuo na geração de energia por queima de carvão, resultando em emissões 10% mais baixas que em 2019. Com isso, o carvão ficou em terceiro lugar na lista de fontes de energia mais utilizadas, atrás de gás natural e energia nuclear. Esse é um dado notável, considerando que esse tipo de combustível tem sempre conquistado o topo do ranking nas últimas décadas.
As energias renováveis, aos poucos, vêm ganhando mais espaço, sendo responsável por 18% de todo o fornecimento de energia e figurando apenas atrás do carvão na lista. No entanto, ainda é muito cedo para comemorar, visto que esses números ainda não apresentam relevância suficiente para indicar uma mudança no cenário atual da crise climática.
Os autores do relatório afirmam que esses dados preliminares do estudo indicam que, com a queda total de 10,3%, a taxa de emissões de gases poluentes pelos EUA foi menor que os níveis registrados em 1990, representando algo inédito nas últimas três décadas. Porém, conforme aponta a BBC, é preciso olhar para esses números com cuidado.
O ano de 2020 foi extremamente atípico, o que significa que será quase impossível os Estados Unidos manterem esses números nos próximos anos. Além disso, as taxas ainda estão longe da meta prometida no Acordo de Paris de reduzir as emissões em 26% a 28%. Por fim, é lamentável que os números mais favoráveis ao combate à crise climática sejam resultado de uma pandemia que já acumulou quase 2 milhões de mortes em todo o mundo. []