Estudo sugere que Tiranossauro rex tinha lábios sobre seus dentes

Pesquisadores argumentam que o T-rex não era uma versão bombada do crocodilo, mas sim uma espécie de dragão-de-komodo gigante
Estudo sugere que o Tiranossauro rex tinha lábios sobre seus dentes
Imagem: ScottRobertAnselmo/Wikimedia Commons/Reprodução

Esqueça a imagem do Tiranossauro rex criada pelo filme Jurassic Park. É possível que esses animais tenham sido bem menos assustadores do que a ficção mostra, com seus dentes constantemente escondidos por trás de lábios finos e escamosos. 

Pelo menos, é o que sugere um estudo recém publicado na revista . Segundo a equipe formada por americanos e britânicos, a ideia de que os gigantes não tinham lábios foi influenciada pelos parentes vivos mais próximos desses animais – os crocodilos e jacarés.

Porém, esses dinossauros parecem ser mais semelhantes aos lagartos, cujos dentes somem quando estão com a boca fechada. Pense, então, no T. rex como um . 

Os cientistas chegaram a tal conclusão após comparar a relação entre o tamanho do dente e o comprimento do crânio em mais de 20 espécimes de terópodes com as de várias espécies de lagartos vivos e extintos.

Além disso, a equipe comparou várias características ósseas de crânios e mandíbulas de terópodes com as de crocodilos e lagartos. Ao final, os cientistas perceberam que o dinossauro estava mais próximo dos répteis menos amedrontadores.

Dente canadense

O estudo não parou por aí. Os pesquisadores também analisaram o dente de um Daspletosaurus, parente do Tiranossauro rex, encontrado em Alberta, no Canadá. Eles focaram no esmalte do dente – a camada protetora externa que cobre o osso – e não encontraram desgastes significativos.

Os dentes de crocodilianos, por outro lado, sofriam danos constantes. Isso porque esses répteis não possuem uma camada de tecido mole cobrindo os dentes, deixando-os expostos ao ar e sem o auxílio de um ambiente úmido hidratado pela saliva. 

A pesquisa não é conclusiva. Para comprovar a presença ou não de lábios em terópodes seria necessário encontrar esse animal mumificado, o que não é tão fácil na paleontologia. De toda forma, a informação poderá ajudar os cientistas a melhorar os estudos sobre a saúde bucal e as patologias dentárias dos dinossauros.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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