Um novo dos EUA publicado no mostrou que grande parte dos sprays inseticidas domésticos são ineficazes (ou pouco eficazes) no combate a infestações de baratas.
A pesquisa testou os sprays em baratas-alemãs, ou “baratinhas”, coletadas de infestações do mundo real que desenvolveram resistência a piretroides. Esses inseticidas funcionam através da pulverização em locais onde os insetos costumam aparecer, expondo-os aos ingrediente tóxico.
Como resultado, os sprays líquidos e aerossóis com inseticidas piretroides mataram menos de 20% das baratas expostas às superfícies pulverizadas por 30 minutos. Além disso, a maioria dos produtos levou de oito a 24 horas para matá-las – ou até cinco dias, em alguns casos.
Espécie comum em infestações de casas, as baratas-alemãs são quase totalmente resistentes aos piretroides devido ao seu uso frequente. De acordo com Johnalyn Gordon, da Universidade de Kentucky, nos EUA, autora principal do estudo, o uso frequente de produtos residuais à base do composto, “uma população de baratas alemãs suscetíveis a piretróides não foi documentada em campo em décadas.”
Vale lembrar que, ano passado, outro estudo revelou que as baratinhas são capazes de reconhecer e evitar superfícies tratadas com piretroides.
Outros fatores também afetaram o desempenho dos sprays, como a porosidade das superfícies. Após testes em drywall pintado, ladrilhos de cerâmica e aço inoxidável, a equipe descobriu que eles tiveram um desempenho pior em drywall. Ademais, mesmo baratas sem resistência a piretróides foram pouco afetadas pelos sprays no drywall.
Então, como acabar com infestações de baratas?
Devido à resistência dos insetos, a melhor forma de se livrar é deles é com o controle de pragas. Isso é até mesmo para evitar os riscos dos alérgenos de baratas à saúde. Outras opções são utilizar iscas em gel ou líquidas, que atraem as baratas para uma fonte de alimento carregada com um inseticida de ação lenta.
“Há uma forte base de conhecimento e pesquisa sobre como podemos controlar baratas, mas há inúmeras barreiras econômicas e processuais que impedem que esse controle ocorra nessas áreas [de baixa renda], onde provavelmente é mais necessário”, lamenta Gordon.
“Espero que estudos como este possam impulsionar mudanças nos testes e avaliações de produtos, para que os rótulos reflitam com precisão o nível de controle que esses produtos podem fornecer”, completa a pesquisadora.