Astrofísicos estudam conjunto de pulsares para identificar fundo de ondas gravitacionais
Quando a existência de ondas gravitacionais foi confirmada em 2016, um novo campo de pesquisa astrofísica se abriu. Dois buracos negros colidiram, causando uma ondulação na estrutura do espaço-tempo que foi detectada na Terra quando afetou um dos sensíveis instrumentos do Observatório de Ondas Gravitacionais de Interferômetro a Laser (LIGO). Desde então, os cientistas captaram mais ondas gravitacionais produzidas por colisões massivas, mas também têm procurado maneiras de ver o fundo das ondas gravitacionais.
No mês passado, o Observatório Nanohertz para Ondas Gravitacionais da América do Norte seu último conjunto de dados no The Astrophysical Journal Letters. Os 12 anos e meio de informações foram compilados a partir de observações feitas pelo Green Bank Telescope, em West Virgínia, e pelo recentemente destruído Observatório de Arecibo, em Porto Rico. O artigo descreve o que pode ser um padrão revelador na luz de 45 pulsares. É um passo para identificar o fundo de onda gravitacional.
“O que estamos tentando descobrir especificamente é um sinal de baixa frequência, e é um sinal comum entre todos os pulsares do conjunto”, disse Joseph Simon, astrofísico da Universidade do Colorado, em Boulder, e principal autor do artigo recente, em uma coletiva de imprensa na quarta-feira (13). Simon disse que o sinal “é o que esperamos que sejam os primeiros indícios de fundo de ondas gravitacionais”. Pulsares são resquícios densos e giratórios de algumas estrelas mortas. Os pulsares de milissegundos giram extremamente rápido – centenas de vezes por segundo – e alguns poucos o fazem de maneira consistente o suficiente para permitir aos pesquisadores catalogar as mudanças mínimas na posição relativa de nosso planeta em relação a esses pulsares.O conjunto é composto por pulsares espalhados pela Via Láctea. Foto: MARIANA SUAREZ/AFP via Getty Images (Getty Images)
As ondas gravitacionais foram previstas pela relatividade geral. Décadas de análises astrofísicas concluíram que tais ondas causariam mudanças no tempo em que a luz dos pulsares chega à Terra. Um fundo de onda gravitacional afetaria a luz que vemos dos pulsares com base na localização e posição relativa de cada um, e um certo padrão correlacionado nas mudanças dessa luz indicaria um fundo de onda gravitacional. A equipe não encontrou oficialmente o padrão, mas eles acreditam que identificaram o início dele.Simon e Ransom lamentaram a perda da antena parabólica do Observatório de Arecibo, que desabou em dezembro após duas falhas em cabos. A equipe de pesquisa estava extraindo informações do observatório até o primeiro cabo ser rompido, e o artigo recente incluiu apenas dados até 2017. O conjunto de dados atual será uma forma de honrar Arecibo, pois contribuirá para a busca de um fundo de onda gravitacional nos próximos anos.