Ciência

Estudo mostra que temperatura na Amazônia se aproxima de limites críticos

Temperatura na Amazônia se aproxima do chamado ponto de não retorno, que pode causar danos irreversíveis e a morte das folhas
Imagem: Vlad Hilitanu/Unsplash/Reprodução
O aquecimento global pode gerar danos irreversíveis nas árvores da Amazônia, revela um novo estudo publicado na revista . Segundo o levantamento, nas copas das árvores, a temperatura média chegou a 40º C, muito próxima da temperatura crítica — entre 44º C e 50º C.

Essa temperatura é chamada de ponto de não retorno, pois pode causar danos irreversíveis e a morte das folhas, prejudicando a produção de energia e a fixação do carbono da atmosfera.

Segundo as medições feitas por um grupo internacional de cientistas, a temperatura média no chão da floresta foi de 34ºC, o que está acima da temperatura ideal para a produção de energia pelas árvores a partir da luz solar, a fotossíntese. O estudo também contou com com participação de pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo).

Como as altas temperaturas afetam a Amazônia

O professor Humberto Ribeiro da Rocha, do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP, explica importância da temperatura ideal para as árvores. “A fotossíntese das árvores de florestas tropicais atinge máxima produção entre 24º C e 28º C, o que se chama de temperatura ótima”, diz.

“Acima desse patamar, o estômato, estrutura da folha que faz as trocas gasosas com o ambiente, começa a fechar. O que reduz a transpiração, o arrefecimento e concorre para aumentar ainda mais sua temperatura”, alertou o especialista em um .

A destruição das árvores da Amazônia pode ter um impacto global. Isso porque a floresta tem um papel importante em estabelecer os ciclos de chuvas na América do Sul, bem como controlar o aquecimento global. Além disso, é o lar de incontáveis espécies de animais e plantas.

A pesquisa buscou entender padrões de resposta da floresta tropical ao aumento da temperatura do ar, decorrente das mudanças climáticas.

“Foram investigadas várias escalas, desde a superfície da folha e da copa das árvores, a temperatura do ar, e se esta resposta mudaria no clima futuro”, enfatiza.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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