Ciência

Estudo diz que pessoas que dormem tarde têm função cognitiva superior

Pessoas "noturnas" podem ter mais inteligência, raciocínio e memória segundo pesquisa britânica, mas há ressalvas
Imagem: Leeann Cline/Unsplash/Reprodução

Dormir tarde pode fazer bem ao cérebro? Segundo estudos liderados por acadêmicos do Imperial College London, no Reino Unido, a resposta é “sim”. Uma nova pesquisa revelou que pessoas noctívagas (ou seja, que ficam acordadas até tarde) e “intermediárias” têm “função cognitiva superior” à de pessoas matinais. As informações são do.

O estudo utilizou resultados de mais de 26 mil pessoas em testes de inteligência, raciocínio, tempo de reação e memória do UK Biobank. O processo analisou como a duração, qualidade e o cronotipo do sono (que determina a hora do dia em que uma pessoa está mais alerta ou produtiva) afetam o desempenho cerebral.

Especialistas destacam pontos negativos

Apesar de a notícia ser animadora para aqueles que têm hábitos noturnos, há um porém. Sobretudo porque a duração do sono continua sendo importante para o funcionamento do cérebro. Por essa razão, os que dormem entre sete e nove horas todas as noites têm melhor desempenho em testes cognitivos.

De acordo com a Dra. Raha West, autora principal do estudo, “embora entender e trabalhar com suas tendências naturais de sono seja essencial, é igualmente importante lembrar de dormir o suficiente”. O professor Daqing Ma, coautor do estudo, acrescentou: “Idealmente, gostaríamos de ver intervenções políticas para ajudar os padrões de sono a melhorar na população em geral.”

Além disso, especialistas como Jacqui Hanley, chefe de financiamento de pesquisa da Alzheimer’s Research UK, alertam para outros riscos. “Sem uma imagem detalhada do que está acontecendo no cérebro, não sabemos se ser uma pessoa ‘diurna’ ou ‘noturna’ afeta a memória e o pensamento”, disse. “Ou se um declínio na cognição está causando mudanças nos padrões de sono.”

Jessica Chelekis, professora sênior de sustentabilidade em cadeias globais de valor e especialista em sono da Brunel University London, também apontou limitações no estudo. Isso porque, segundo ela, a pesquisa não levou em conta o nível de escolaridade ou a hora do dia em que os testes cognitivos foram realizados nos resultados, por exemplo. O principal valor do estudo foi desafiar estereótipos em torno do sono, afirmou.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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