Estudo aponta que Covid matou 18 milhões, 3 vezes mais que o número oficial
Nesta sexta-feira (11), completa-se dois anos que a Organização Mundial da Saúde declarou a pandemia de Covid-19. Dados oficiais indicam que 5,9 milhões de pessoas ao redor do globo morreram em decorrência da doença até o final do último ano.
Mas um estudo publicado ontem (10) na revista sugere que este número é três vezes maior. De acordo com pesquisadores do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME, sigla em inglês), da Universidade de Washington, 18 milhões de pessoas perderam a vida para o vírus entre 1º de janeiro de 2020 e 31 de dezembro de 2021.
Para chegar a este número, os pesquisadores utilizaram uma estimativa conhecida por “excesso de mortalidade”. Pense que todos os países possuem uma média padrão de pessoas que morrem a cada ano em decorrência de diversos problemas.
Neste caso, os cientistas separaram os falecimentos extras, que não necessariamente foram atribuídos à Covid-19, mas que também não ocorreriam em outros tempos. No total, coletaram dados de 74 países e territórios.
O Brasil foi considerado o quinto país com maior excedente de mortes (792 mil), ficando atrás apenas da Índia (4,1 milhões), EUA (1,1 milhão), Rússia (1,1 milhão) e México (798 mil). Se adicionarmos a Indonésia (736 mil) e o Paquistão (664 mil) nessa lista, teremos o time completo dos sete países responsáveis por mais da metade do excesso global de mortes causadas pela pandemia de Covid-19.
Por outro lado, a maior taxa de excesso de mortalidade estimada ficou para a América Latina Andina, sendo registradas 512 mortes por 100 mil habitantes. Europa Oriental e Central ocupam o segundo e terceiro lugar do ranking com, respectivamente, 345 e 316 mortes por 100 mil habitantes.
Alguns cientistas estão céticos quanto aos dados apresentados pela equipe do IHME. Ariel Karlinsky, economista da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, que alguns dos excessos de mortes em países individuais são significativamente altos quando comparados a outras estimativas.
“Eles ainda têm sua estimativa ridícula para o Japão em mais de 100 mil mortes em excesso, o que supera em seis vezes as mortes relatadas. Eu realmente não sei como eles estão chegando a esse número”, exemplificou o pesquisador.