Nas últimas três semanas, biólogos a bordo do navio Okeanos Explorer, da NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, do Departamento de Comércio dos Estados Unidos), têm investigado santuários marinhos na região da Samoa Americana, no Pacífico. Eles encontraram uma porção de criaturas estranhas e deslumbrantes, lembrando-nos do quão pouco sabemos sobre a vida no fundo do oceano.
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A , da NOAA, faz parte de uma campanha de três anos de duração para coletar informação científica importante tanto dentro dos territórios marinhos norte-americanos quanto em torno dessas áreas, no Pacífico Central e Pacífico Ocidental. A Samoa Americana é, particularmente, uma área rica para descobertas, consistindo de três diferentes santuários marinhos: o Monumento Nacional Marinho Atol Rosa, as águas do Parque Nacional da Samoa Americana e o Santuário Marinho Nacional da Samoa Americana (NMSAS, na sigla em inglês). Essas área foram separadas para proteger extensos recifes de coral, recifes de águas profundas, comunidades de fontes hidrotermais e até mesmo relíquias arqueológicas.
“Muita coisa permanece desconhecida sobre os habitats do fundo do mar e a geologia nesses lugares protegidos”, disse Santiago Herrera, membro da equipe da NOAA e ecologista molecular da Universidade de Lehigh, ao Gizmodo. “Essa expedição irá contribuir com novas informações ao explorar áreas do fundo do mar na Samoa Americana pela primeira vez.”
De 16 a 26 de fevereiro, e com a ajuda de um veículo operado remotamente (ROV), os cientistas conduziram vários mergulhos, descobrindo um sortimento de curiosidades biológicas — de água-viva e moluscos cósmicos a triglidae bípedes e dioneias aquáticas.
“Observamos pelo menos uma dúzia de potenciais novas espécies de estrelas-do-mar, esponjas, crinoideas, corais e moluscos, vários dos quais coletamos”, disse Herrera. “Essas coletas nos permitirão confirmar designações de novas espécies, prover tipos de espécimes para descrições e possibilitar análises genéticas para estabelecer relações evolucionárias com outras espécies conhecidas.”
Os pesquisadores também identificaram comunidades distintas em montes submarinos e documentaram o crescimento significativo de um vulcão ativo, o Vailulu’u, cujo pico pode ser encontrado 804 metros abaixo do nível do mar.
Uma das descobertas mais incríveis foi a de uma anêmona-do-mar carnívora (vídeo acima). Como sua colega terrestre, essa grande anêmona-do-mar fecha seus tentáculos para capturar a presa ou assumir uma posição de defesa. De acordo com Herrera, seus tentáculos têm células de picada equipadas com arpões microscópicos que injetam veneno. Elas normalmente são encontradas em cânions no fundo do mar do Golfo do México, mas, como mostra esse notável vídeo da NOAA, também podem ser encontradas na Samoa Americana.
Enquanto investigavam o monte submarino UTU no Santuário Marinho Nacional da Samoa Americana, os pesquisadores espiaram uma área de rochas soltas provavelmente formada de material vulcânico que havia rompido uma parede de cratera e deslizado morro abaixo. Essa área é agora lar para uma ampla game de formas de vida aquáticas, incluindo octocorais chrysogorgiid e ofiuroides (ambos retratados acima).
Também no monte submarino Utu, com uma rhopalonematid trachymedusa, uma água-viva translúcida com uma aparência bem de OVNI. Seus órgãos reprodutivos podem ser vistos em amarelo brilhante, e seu sistema digestivo, em vermelho. Os dois conjuntos singulares de tentáculos da criatura — um virado para cima, e o outro, para baixo — provavelmente lhe ajudam a capturar a presa.
Esse triglidae blindado notável usa barbatanas modificadas como pernas para se mover pelo fundo do mar. Foi visto buscando comida na seção Ta’u do Santuário Marinho Nacional da Samoa Americana.
Na imagem acima, um hidroide é visto explorando o monte submarino Leoso, uma área que situa a fronteira entre as Zonas Econômicas Exclusivas da Samoa Americana e das Ilhas Cook. Essas criaturas com aspecto de alienígena estão intimamente relacionadas a maior parte das águas-vivas e se anexam a pedras usando suas bocas de tentáculos de duas camadas para pegar alimentos flutuando próximos a elas.
Também no monte Leoso, os pesquisadores da NOAA observaram várias esponjas de vidro, ouriços do mar amarelos, cracas, anêmonas e uma fantástica estrela-do-mar brisingida de pernas longas que estava agarrada a uma rocha de manganês (retratada acima).
Esse peixe escorpião acima foi visto no fundo do mar a uma profundidade de 340 metros, no Monumento Nacional Marinho Atol Rosa.
Você pode conferir fotos e vídeos ainda mais incríveis do último mergulho . Parabéns à NOAA por mais uma missão incrível no fundo do mar.
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