Ciência

Escove os dentes para não ter demência, recomendam cientistas

Bactérias se acumulam pela falta de higiene bucal; inflamação pode afetar o cérebro, aumentando o risco de demência
Imagem: National Cancer Institute/ Unsplash/ Reprodução

Estudos científicos apontam que hábitos como deixar de escovar os dentes e cuidar das gengivas podem aumentar o risco de diversos problemas de saúde, como doenças cardíacas, diabetes e até câncer. Agora, novas evidências indicam que não prezar pela higiene bucal também contribui para danos à saúde cerebral

Em geral, cientistas acreditam que as bactérias envolvidas na chamada “doença periodontal” (inflamação nos tecidos dos dentes) possuem relação com o risco de desenvolver demência.

A doença periodontal

Segundo a (Organização Mundial da Saúde), a doença periodontal grave afeta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo todo. Em geral, ela atinge cerca de 19% da população mundial com mais de 15 anos.

A geralmente acontece quando uma pessoa não segue os cuidados diários de higiene bucal, como escovar os dentes depois de todas as refeições, de maneira adequada, e utilizar fio dental. Assim, placas de bactérias que se acumulam abaixo da gengiva.

Essas placas acabam causando a inflamação dos tecidos que dão suporte aos dentes, como a gengiva e os ossos. Além de poder causar a perda desses tecidos, também pode se espalhar pela corrente sanguínea, afetando outros órgãos.

Higiene bucal e saúde cerebral

Nos últimos anos, estudos investigaram a relação entre a falta de higiene bucal e o risco para doença de Alzheimer, o tipo mais comum de demência. Neste processo, uma descobriu que a perda grave de dentes estava associada a um risco de demência até 6,4 vezes maior.

Em outro estudo, cientistas concluíram que pacientes com doença periodontal crônica, ou seja, por cerca de dez anos, aumentou em 1,7 vezes o risco de doença de Alzheimer. Já uma outra com pessoas que já possuem demência indicou que a periodontite estava associada a um aumento seis vezes maior no declínio cognitivo.

Quanto ao motivo, pesquisas adicionais estabeleceram ligações entre certas bactérias bucais e a doença de Alzheimer. Um descobriu que a bactéria P. gingivalis, que causa doenças gengivais, estava surgindo nos cérebros de pacientes com Alzheimer.

Além disso, o mesmo estudo realizou testes em camundongos e descobriu que a intrusão da bactéria bucal no cérebro parece causar o aparecimento de β amilóide. Esse é um peptídeo que piora a inflamação no cérebro e que há muito é considerado central para entender o Alzheimer.

Ainda assim, os pesquisadores dizem que não é possível afirmar uma relação de causa e consequência. Por enquanto, a falta de higiene bucal pode ser considerada um fator de risco para a demência. 

Contudo, a taxa de problemas dentários em pessoas com demência também pode ser um sintoma. Geralmente, esses indivíduos têm dificuldade em manter sua saúde bucal, o que  significa que a associação entre saúde bucal e cognitiva pode ser bidirecional.

“É realmente complicado. E é por isso que não podemos dizer: ‘Se você tem periodontite, terá Alzheimer’. Mas agora sabemos que se você tiver periodontite grave, a chance de ter Alzheimer é maior”, explicou ao Anita Visser, autora de um dos estudos.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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