A erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, em 15 de janeiro, acaba de bater mais um recorde. Além de ser considerada a maior erupção do século 21, ela também produziu o barulho mais alto da Terra, superando aquele emitido pelo Krakatoa, em 1883.
O estrondo foi ouvido no Alasca, a cerca de 10 mil quilômetros de distância de Tonga. Já o som do vulcão indonésio atingiu apenas 4,8 mil quilômetros de distância.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, nos EUA, concluíram que o impacto da explosão no Pacífico foi maior do que qualquer teste com bombas atômicas feito após a Segunda Guerra Mundial. O estudo completo foi publicado na revista .
O movimento das Ondas de Lamb – ondas atmosféricas de baixa frequência – também chamou a atenção dos pesquisadores. Elas são relativamente raras, com uma frequência tão baixa que é necessário considerar o efeito da gravidade para medi-la. Mesmo assim, as Ondas de Lamb circularam a Terra sete vezes — quatro em uma direção e três na outra.
Comumente, os tsunamis são associados a mudanças súbitas no . Mas aqueles gerados após a erupção em Tonga parecem estar ligados ao comportamento dessas Ondas de Lamb. Os fenômenos ocasionados por elas são gerados mais cedo e têm maior duração, o que pode atrapalhar tecnologias de detecção.
A onda de pressão atmosférica gerada pela explosão vulcânica foi comparável àquela produzida pela bomba Tsar, detonada pelos soviéticos em 1961. Essa foi a maior explosão nuclear da história — e, mesmo assim, os efeitos do Tonga duraram quatro vezes mais.