Ciência
Epidemia de gripe aviária se espalha e já atinge vacas que produzem leite
Casos mostram como a gripe aviária está se espalhando, mesmo nas áreas mais remotas do planeta. Entenda
Imagem: Senar-PR/Reprodução
Autoridades do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos nesta terça-feira (26) para um novo surto de gripe aviária. De acordo com órgão norte-americano, o vírus já está atingindo o gado leiteiro nos estados do Texas e Kansas.
Agora, as agências federais e estaduais estão realizando novos testes e fazendo o sequenciamento do genoma viral para entender melhor a situação.
O alerta acontece no mesmo dia que autoridades do Alasca confirmaram pela 1ª vez a morte de um urso polar pelo vírus da gripe aviária H5N1.
Os pinguins da mesma região também testaram positivo para o vírus, apesar de não mostrarem sinais externos de doença. O medo é que o vírus cause a morte em massa de colônias dos animais. Isso mostra como a gripe aviária está se espalhando, mesmo nas áreas mais remotas do planeta.
A gripe aviária é uma doença causada por uma cepa do vírus Influenza, neste momento a H5N1. Ele circula principalmente entre aves. Algumas dezenas de infecções em humanos são registradas a cada ano, porém sempre por meio do contato próximo com o animal infectado, e nunca entre pessoas.Notificada pela primeira vez em 1878, na Itália, a chamada praga aviária só foi classificada como Influenza A em 1955. O primeiro relato de contágio pela variedade H5N1 ocorreu em 1997, em Hong Kong. O Brasil, até 15 de março de 2023, nunca havia registrado focos da doença.
Gripe aviária em outros animais é preocupante, alerta especialista
Ottorino Cosivi, da Organização Pan-Americana da Saúde, alerta para a ocorrência de casos de influenza em outros animais, como em mamíferos. “A principal preocupação é que o vírus possa apresentar adaptabilidade a diferentes espécies, especialmente mamíferos que podem ser biologicamente mais próximos dos seres humanos”, disse o especialista em um comunicado.Para evitar a disseminação acelerada do vírus, Cosivi recomenda que os sistemas de vigilância de influenza nacionais, regionais e globais existentes monitorem de perto os vírus circulantes nesses animais.
“A fim de detectar possíveis mudanças e adaptabilidade para a transmissão humana. Isso também se aplica a outros subtipos de influenza aviária, não apenas ao A H5N1. Mas também como a outras influenzas zoonóticas, como a gripe suína”, disse.