Desde que Elon Musk assumiu o Twitter, uma de suas maiores prioridades é pensar estratégias para aumentar as receitas da empresa. Uma das formas encontradas pelo bilionário foi disponibilizar uma assinatura no Twitter Blue, que entre seus benefícios, oferece também o selo de verificação da plataforma, antes destinado apenas para usuários eminentes e contas de interesse público.
Já nos primeiros dias, a ideia mostrou alguns problemas com perfis falsos verificados espalhando desinformação que resultaram até mesmo na queda das ações de algumas empresas. O serviço foi tirado do ar, reformulado e relançado com algumas correções, mas isso não o deixou imune a polêmicas.
Recentemente, alguns membros do grupo fundamentalista islâmico Talibã utilizaram a assinatura do Twitter Blue para adquirirem o selo de verificação. A polêmica fez a plataforma se atentar ao ocorrido e remover o verificado dos perfis que pôde identificar, mas alguns integrantes do grupo conseguiram recuperar o selo nas últimas semanas.
Nesta semana, uma reportagem da britânica , revelou que os membros do Talibã, Hedayatullah Hedayat, líder do departamento de informação, e Abdul Haq Hammad, fiscal de mídias, ainda estavam com selo azul. Na última terça, os verificados sumiram misteriosamente, mas o Twitter não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
O Talibã é um grupo extremista que controlou o Afeganistão entre 1996 e 2001, ano em que tropas americanas invadiram o país para dissolver o grupo. Após 20 anos, em 2021, o grupo retornou e retomou o controle de cidades estratégicas, antes de voltar ao controle de todo o território novamente. A comunidade internacional acompanha a situação no país com preocupação, já que a presença da organização já é responsável por graves violações de direitos humanos.
O grupo é conhecido por reprimir violentamente quebras de decoro e violações às regras por ele impostas. Ao longo de 2022, o Talibã escalou também nas violações aos direitos das mulheres. No primeiro semestre, impediu meninas adolescentes de frequentarem escolas e, em dezembro, proibiu mulheres de frequentarem universidades do país. Pessoas do sexo feminino também são proibidas de trabalhar em uma série de setores.
Além disso, as regras impostas exigem que mulheres percorrem longas distâncias apenas na presença de um tutor do sexo masculino e impede o acesso de mulheres a alguns espaços públicos.