Engenheiros inventam dispositivos para levar odores à realidade virtual
Engenheiros da City University of Hong Kong e da Beihang University, na China, desenvolveram mini-dispositivos sem fio para levar os odores na realidade virtual.
A tecnologia envolve interfaces vestíveis (também conhecidas como wearables) com minúsculos recipientes de parafina perfumada que prometem oferecer uma experiência sensorial maior para seus usuários.
A equipe desenvolveu dois dispositivos. Um parece um curativo e adere à pele, entre o nariz e a boca. A outra se coloca no rosto, abaixo de um headset, como uma máscara. As técnicas foram descritas em um publicado na revista Nature, em maio.
Como funciona
Os dispositivos têm uma fonte de calor sob recipientes de cera. Isso significa que, quando ativados, esquentam a cera e reproduzem odores dentro de 1,44 segundos – como uma vela aromática. O aroma vai embora quando uma mola de cobre empurra um ímã sobre a cera.
As interfaces podem aquecer até os 60ºC, mas seus desenvolvedores dizem que não provocam queimaduras na pele. Há barreiras de silicone que não deixam a pele em contato direto com o dispositivo e o design das peças deixa o calor escapar.
Os pesquisadores testaram as peças com 11 voluntários em 30 odores distintos e reconhecíveis, como alecrim. Os testes mostraram que a interface-curativo deve ficar a pelo menos 1.5 milímetros do nariz, com uma temperatura de no máximo 32ºC.
Agora, a equipe planeja aperfeiçoar as interfaces para que elas captem os odores em sintonia com headsets de realidade virtual.
Também existe a possibilidade de que dispositivos deste tipo, com geradores de odor em miniatura, tenham aplicações médicas. Eles poderiam ser úteis para pessoas com anosmia (incapacidade de sentir cheiros) ou para ajudar com o humor de seus usuários, por exemplo.