Emojis históricos? Projeto quer catalogar símbolos antigos de todo o mundo
O que os símbolos das civilizações antigas têm em comum com os emojis de hoje? Essa é uma das perguntas do , iniciativa para catalogar centenas de símbolos extraídos de registros históricos.
A designer italiana Michela Graziani começou a estudar os mais de 650 ícones em 2019. Inicialmente, as marcas estavam em arquivos de civilizações como os maias, antigos egípcios e astecas.
Também há registro de simbologias originadas em comunidades indígenas os maoris na Nova Zelândia e os Lakota Sioux, dos EUA.
“Em todos os lugares, civilizações de todos os tipos criaram símbolos para se comunicar de maneira instantânea”, disse a designer. “São arquétipos de comunicação visual. Como designer gráfico e visual, se você tem um forte conhecimento de simbolismo, pode fazer algo significativo”.
Os ícones estão organizados em 25 categorias, desde Celtas até Astrologia e Geometria Sagrada, por exemplo. Cada um possui uma descrição histórica, além de possíveis interpretações simbólicas, como “renascimento” e “amor”, por exemplo.
Para reuni-los, Graziani leu uma série de livros e pesquisou com antropólogos, historiadores, designers e autores. Os símbolos também podem ser visualizados por país e continente. Da América Latina, o site mapeou simbologias incas (Peru) e mapuche (Chile).
Símbolo do Bluetooth teve inspiração histórica
É verdade que nada se cria, tudo se copia – em termos. A criatividade humana depende essencialmente das referências que encontramos ao longo da vida. Logo, as invenções e criações mundo afora sempre têm um fundo de inspiração no que já existe ou existiu (não estamos falando de plágio!).
A marca Bluetooth, desenvolvida pela empresa sueca Ericsson, é um bom exemplo. O ícone azul ganhou o nome de um rei viking conhecido por ser um excelente comunicador. E a sua forma é uma amálgama das runas nórdicas para as iniciais de Blatand, que significa Bluetooth.
O design, neste caso, visitou e fez referência a uma civilização histórica para criar um símbolo facilmente reconhecível, hoje encontrado em todos os smartphones.
É esse o uso simbólico que Graziani espera para os ícones disponíveis no Simbolikon. “A ideia é preservar o que nossos ancestrais fizeram e reuni-lo em uma coleção, com o significado apropriado”, explicou.
Para facilitar o acesso, o projeto definiu quatro versões para cada um dos símbolos – em negrito (na cor preta), desenho de linha, contorno e colorida. Os ícones estão sendo vendidos em vários formatos sob licença comercial.