Tecnologia

Embraer vira queridinha entre passageiros e companhias aéreas; entenda

Ganhando espaço na indústria da aviação, Embraer se destaca como a terceira maior empresa do setor, com aviões econômicos e confortáveis
Imagem: Embraer/Divulgação

Os aviões da Embraer estão crescendo em popularidade entre as empresas de aviação no mundo. Atualmente, a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, a brasileira se especializa em jatos menores do tipo “narrow-body” e, em breve, espera compreender toda a frota regional da norte-americana American Airlines.

Nos últimos anos, a Embraer conquista cada vez mais espaço nos voos de curta distância. Neste mês, em 2 de maio, a empresa entregou o avião de número 1.800 — um E-Jet E190-E2 — para a Royal Jordanian Airlines, por exemplo.

O E190-E2 se destaca no catálogo da empresa por ser o jato de corredor único mais silencioso e eficiente em termos de combustível do mercado. Também em maio, a Scoot Airlines, com sede em Cingapura, recebeu uma unidade da mesma aeronave.

Até nos EUA, onde existe dominância da Boeing, a Embraer aparece com mais evidência. Em 26 de março, a United Airlines anunciou uma reformulação da frota com o Embraer E175, para adicionar compartimentos aéreos maiores em seus aviões operados pela Skywest. Hoje, a Skywest é a maior operadora mundial de aeronaves E175 da Embraer.

A American Airlines também anunciou a compra de 90 unidades da Embraer E175, em março deste ano. Com isso, toda a frota regional da companhia deve ter apenas aeronaves brasileiras, até o final desta década.

Logo após a compra dos aviões, o CEO da American Airlines, Robert Isom, elogiou a empresa brasileira em uma apresentação trimestral. O executivo desse que o restante da indústria poderia aprender com a Embraer, enquanto repreendia a Boeing publicamente.

Embraer precisa projetar aviões grandes para competir com Boeing

LOT Polish Airlines, na Polônia, usa aviões da Embraer na frotaLOT Polish Airlines, na Polônia, usa aviões da Embraer na frota (Imagem: Embraer/Divulgação)
A Embraer ainda não compete diretamente com a Boeing por causa do tamanho dos aviões. No momento, as maiores aeronaves da fabricante brasileira transportam no máximo 146 passageiros. O Boeing 737MAX, por outro lado, tem capacidade para 172 pessoas.
Em outras palavras, a Embraer ainda não tem como atender voos de grande escala. Porém, especialistas em aviação acreditam que existe espaço na indústria para empresas baterem de frente com a Boeing.

Vale destacar que a Embraer já tem duas grandes vantagens no mercado: contatos e reputação. Os aviões da empresa, aliás, são os favoritos para operar em rotas regionais e aeroportos de difícil acesso. Em Londres, por exemplo, onde é preciso ter aproximação íngreme de 5,5 graus para a pista curta, 85% das aeronaves são da Embraer.
A LOT Polish Airlines, na Polônia, se considera uma das maiores fãs dos aviões da Embraer. Da frota de 75 aeronaves, 43 são fabricados pela brasileira. Na Europa, as aeronaves permitiram à população viajar pagando menos e tendo mais conforto, graças ao espaço maior entre os assentos.

Embraer aposta no futuro dos carros voadores

Além de investir na aviação civil, a Embraer é uma das empresas que mais investe no novo mercado de carros voadores. A companhia tem uma startup subsidiária chamada Eve Air Mobility, responsável por fabricar um eVTOL (veículo elétrico de decolagem e pouso verticais) ainda este ano.

Com quase três mil encomendas, o Eve 01 está em processo de regulamentação na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e deve começar a operar em 2026. A ideia da empresa é vender os veículos para empresas que oferecem serviços de táxi aéreo entre aeroportos e centros urbanos.

Companhias como Flapper e Revo já se preparam para receber os carros voadores. A meta é cobrar entre R$ 500 e R$ 1.000 por viagem, com preço mudando de acordo com a distância. Para o futuro, com o lançamento de veículos totalmente autônomos — ou seja, sem piloto —, a ideia é baratear as viagens para cerca de R$ 300.

Murilo Tunholi

Murilo Tunholi

Jornalista especializado em tecnologia, jogos, entretenimento e ciência. Já passou por grandes redações do Brasil (TechTudo, Tecnoblog, Terra e Olhar Digital) e trabalhou com relações públicas e assessoria de imprensa na Theogames, atendendo à Blizzard Entertainment e mais clientes do mercado de videogames. É apaixonado pela cultura geek, música e produção de conteúdo. Nas horas vagas, é aspirante a artista marcial e cozinheiro.

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