Em vídeo, médica conta como ocorrem acidentes com aranha-marrom

Especialista liderou estudo que comprovou ser possível reduzir chances de necrose do local da picada com uso de soro nas primeiras 48h
Em vídeo, médica conta como ocorrem acidentes com aranha-marrom
Imagem: YouTube/Reprodução

Texto: Agência FAPESP

Conhecidos genericamente por aranha-marrom, os aracnídeos do gênero Loxosceles possuem um veneno poderoso, que pode causar necrose na pele e até mesmo efeitos sistêmicos, como anemia. Uma das consequências mais temidas é o surgimento de uma lesão necrosante na pele – quadro conhecido como loxoscelismo cutâneo e caracterizado por uma mancha dolorida na região da picada, onde surge uma mistura de áreas de cor violeta e áreas pálidas.

Em vídeo produzido pela equipe da Agência FAPESP, a médica especializada em acidentes com animais peçonhentos Ceila Maria Sant’Ana Málaque ensina a identificar esse tipo de aranha e descreve como ocorre a maioria das picadas.

“É uma aranha pequena, com as patinhas finas e sem pelo. Para picar ela precisa ser comprimida contra o corpo, se sentir agredida. Na maioria das vezes, os locais de picada são as áreas centrais do corpo, como tronco, braço e coxa. A pessoa está vestindo a roupa ou dormindo e comprime a aranha”, diz a médica, que trabalha no Hospital Vital Brazil do Instituto Butantan e na Unidade de Terapia Intensiva do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, vinculado à Universidade de São Paulo (USP).

Málaque conduziu um estudo clínico que comprovou ser possível reduzir significativamente as chances de necrose do local da picada com a administração de soro antiveneno nas primeiras 48 horas após o acidente (leia mais em: ).

O soro usado na pesquisa é produzido no Instituto Butantan, mas ainda não havia consenso sobre qual é a melhor estratégia para evitar ulceração e necrose nos casos de envenenamento por aranha-marrom.

O estudo prospectivo observacional foi pela FAPESP. Durou seis anos (de novembro de 2014 a novembro de 2020) e envolveu 146 pacientes, dos quais 74 receberam o soro e 72 não. Os resultados foram na revista PLOS Neglected Tropical Diseases.

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