Elon Musk anuncia a nova política de expressão no Twitter
Liberdade de expressão, mas não liberdade de alcance: essa é a nova política do Twitter sob o comando de Elon Musk. Na última sexta-feira (18), o bilionário que tuítes negativos ou com mensagens de ódio encontrarão obstáculos na plataforma.
“Tuítes negativos/de ódio não serão impulsionados e desmonetizados, portanto, nenhum anúncio ou outra receita para o Twitter”, escreveu o novo dono da rede. “Você não encontrará o tuíte a menos que o procure especificamente, o que não é diferente do resto da internet”.
New Twitter policy is freedom of speech, but not freedom of reach.
Negative/hate tweets will be max deboosted & demonetized, so no ads or other revenue to Twitter.
You won’t find the tweet unless you specifically seek it out, which is no different from rest of Internet.
— Elon Musk (@elonmusk)
O anúncio sugere um caminho do meio para o Twitter, que passou para as mãos de Musk no final de outubro. Apesar do empresário se autoproclamar um “absolutista da liberdade de expressão”, ele parece colocar freios na rede para evitar a algazarra.
Não é por acaso: se a rede se transformar em um puro suco de ódio e desinformação, mais marcas e usuários deixarão o Twitter. Grandes empresas, como General Motors, L’Oreal, Audi e Mondelez já pararam de investir na plataforma desde a compra do empresário.
Enquanto isso, figuras públicas como Whoopi Goldberg, Shonda Rhimes, e Gigi Hadid, saíram da rede. Nos últimos dias, vários usuários migraram para o Mastodon, uma rede parecida, mas descentralizada.
Quando vai mudar
Musk não esclareceu como colocará a nova política em prática ou como definirá a diferença entre “liberdade de expressão” e mensagens de ódio ou desinformação no Twitter. Também não deixa claro como as equipes farão com quem o tuíte deixe de ser impulsionado – questões importantes para o gerenciamento da rede.
Ele só diz, em outro tuíte, que as novas políticas se aplicarão somente aos tuítes individualmente, e não a contas inteiras. Essa “mudança” – que, aparentemente, ainda não está valendo – fez com que Donald Trump voltasse para a plataforma.
O ex-presidente dos EUA teve a conta suspensa no Twitter em janeiro de 2021, quando impulsionou a invasão ao Capitólio, o Congresso norte-americano, na cerimônia que daria a posse ao democrata Joe Biden. Cinco pessoas morreram no ataque.
No sábado (19), Musk pediu aos seus seguidores se Trump deveria voltar à rede. Na enquete, 51,8% concordaram com o retorno do político. “O povo falou. Trump será reintegrado”, escreveu o bilionário.
The people have spoken.
Trump will be reinstated.
Vox Populi, Vox Dei.
— Elon Musk (@elonmusk)
Depois, publicou memes sobre o retorno do ex-presidente.
And lead us not into temptation …
— Elon Musk (@elonmusk)
No final de outubro, Musk anunciou a criação de um conselho de moderação de conteúdos. À época, o empresário disse que o grupo teria “pontos de vista diversos para tomar decisões importantes no Twitter”. Não há informação de que o conselho já foi criado.