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El Niño: imagem de satélites da NASA mostra manchas de calor no oceano

Os dados de satélite comprovam: o fenômeno está de volta, após três anos consecutivos de La Niña

El Niño: imagem de satélites da NASA mostra manchas de calor no oceano

Imagem: NASA/Divulgação

Na última quarta-feira (21), a NASA divulgou a imagem de satélite que você vê acima, mostrando como o El Niño impacta o nível do Oceano Pacífico. A imagem mostra como a superfície da água ficou acima ou abaixo da altura normal, considerando o período de 1 a 10 de junho.

Na imagem, tons de azul indicam que a altura da superfície está menor do que o normal em determinada região. Tons de vermelho indicam que o nível da água está acima da média, e a cor branca representa condições normais do oceano.

A altura da superfície do oceano está diretamente relacionada à sua temperatura, porque a água se expande à medida que esquenta. Por isso, as regiões em vermelho na imagem acima têm também águas mais quentes; as regiões em azul, mais frias.

Este “mapa do El Niño” vem de dados captados pelos satélites Sentinel-6 Michael Freilich e Sentinel-3B, da NASA, e processados por cientistas do JPL (Jet Propulsion Laboratory).

O que é o El Niño

Normalmente, há ventos que sopram de leste para oeste no Oceano Pacífico tropical (ou seja, na porção de água entre os trópicos). Estes ventos empurram água quentinha pra Ásia, e esfriam a América do Sul. Em anos de El Niño, estes ventos enfraquecem ou se invertem – e a água quente fica do nosso lado.

O fenômeno contrário se chama La Niña. Ele acontece quando os ventos leste-oeste no Pacífico ficam mais fortes – e esfria para valer as águas por aqui. Ambos fazem parte de um ciclo climático natural, influenciam o transporte de umidade na atmosfera e alteram a distribuição de chuvas em algumas regiões.

Niño e Niña costumam se desenvolver entre abril e junho, atingindo seu ápice entre outubro e fevereiro. Essas mudanças de ventos acontecem em intervalos de 2 a 7 anos, duram entre 9 e 12 meses, mas podem se manter por aproximadamente dois anos. O nome oficial do fenômeno é ENOS: El Niño-Oscilação Sul.

Nos últimos três anos, o Oceano Pacífico esteve sob influência do La Niña. Agora, imagens de satélite — como a recém-divulgada pela NASA — mostram que o El Niño finalmente chegou para influenciar o clima global.

A OMM (Organização Meteorológica Mundial), por exemplo, afirmou que o planeta pode enfrentar recordes de temperaturas altas nos próximos cinco anos devido ao El Niño. Há sete anos, seca intensa e incêndios florestais na Indonésia, bem como fortes chuvas em partes do nordeste africano.

No Brasil, o inverno deve apresentar temperaturas mais altas no centro do país e menos geadas intensas no sul. Especialistas também prevêem uma redução de chuvas na Amazônia que pode ser prejudicial à floresta.

Saiba mais sobre os efeitos do El Niño no Brasil nesta matéria do Giz Brasil.

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