Ciência
Se temperaturas seguirem subindo, El Niño pode atingir ponto de inflexão
Emissão de gases efeito estufa pode tornar mais frequentes eventos climáticos extremos causados pelo El Niño, aponta estudo feito na Alemanha
Um novo estudo dos físicos e oceanólogos alemães Tobias Bayr, Stephanie Fiedler e Joke Lübbecke, publicado na , relata um tema alarmante sobre o clima. Se as emissões de gases de efeito estufa continuarem, o El Niño pode alcançar um ponto de inflexão extremo nas próximas décadas. Isso é, um desvio de seus padrões normais.
O El Niño-Oscilação Sul é um fenômeno climático em que o calor liberado em partes do oceano para a atmosfera resulta em mais chuvas em lugares como a costa oeste da América do Norte e do Sul e secas em lugares como o Canadá e a África. Nos últimos anos, ele vem se tornando mais extremo.
Pesquisas anteriores mostraram que eventos extremos do clima costumavam ocorrer aproximadamente oito ou nove vezes por século. A fim de descobrir se o aumento da temperatura global poderia torná-los mais recorrentes, pesquisadores reuniram dados e usaram o modelo climático CESM1 para descrever possíveis impactos climáticos devido ao aumento das temperaturas globais.
Clima: aumento nas temperaturas pode levar El Niño ao extremo
As estimativas sugerem um aumento de 2,9°C até 2100 se as emissões de gases efeito estufa não pararem. Vale lembrar que, nos últimos meses, a Terra já aumentou mais de 1,5ºC em relação ao período pré-industrial.
De acordo com o modelo, se as temperaturas subirem para até 3,7°C, a mais, um ponto de inflexão pode ser alcançado onde praticamente todos os eventos do El Niño serão extremos. Ou seja, ainda que a humanidade conseguisse impedir as mudanças climáticas, levaria séculos para que o clima voltasse ao “normal”.Além disso, os eventos extremos aconteceriam com mais frequência, talvez a cada quatro anos. O modelo ainda mostrou outras mudanças. Como a Corrente do Golfo caindo mais ao sul, mudando os padrões de chuvas em locais como os EUA e o Canadá.
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