Mesmo um pouquinho de exercício pode evitar que você desenvolva demência, sugere estudo
Manter-se em forma pode ajudar a evitar que o seu cérebro encolha e envelheça na terceira idade, sugere um novo estudo divulgado nesta sexta-feira (19) no JAMA Network Open.. A pesquisa descobriu que americanos de meia-idade e idosos que regularmente faziam até mesmo uma hora de exercícios leves durante sua rotina semanal tinham cérebros maiores em média do que aqueles que não faziam.
Uma consequência comum do envelhecimento é um lento mas constante declínio no tamanho do nosso cérebro, com uma média de 0,2% de perda de volume associado ao envelhecimento a cada ano depois da marca dos 60 anos, segundo algumas estimativas. Este encolhimento é tão onipresente que os cientistas, incluindo neste estudo atual, o usam como um substituto para medir a “idade cerebral” de uma pessoa e seu risco de doenças neurodegenerativas debilitantes.
“Avaliamos amplamente o envelhecimento cerebral usando exames de ressonância magnética para determinar o volume cerebral total em relação ao volume intracraniano (crânio) de um indivíduo. Em outras palavras, não deve haver muito espaço extra no crânio que não seja preenchido por tecido cerebral”, disse a autora principal, Nicole Spartano, endocrinologista e professora assistente de pesquisa em medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Boston, em entrevista ao Gizmodo. “Se virmos muito espaço extra, isso sugere que o cérebro pode ter atrofiado ou encolhido. Essa atrofia cerebral está ligada à demência.”
Spartano também é codiretora da Estação de Atividade Física no Framingham Heart Study, um projeto de décadas de duração que começou em 1948 e ainda está em andamento (e foi recentemente pelo governo dos EUA por mais seis anos). O estudo — que periodicamente acompanha a saúde dos residentes que vivem em Framingham, Massachusetts, por meio de uma bateria de testes — agora envolve até mesmo os filhos e netos dos voluntários iniciais. Spartano e sua equipe analisaram dados de mais de 2.300 voluntários dessas gerações posteriores, com uma média de idade de 53 anos. Junto com os exames de ressonância magnética, a equipe também tinha evidências objetivas dos hábitos de exercício recentes dos voluntários, graças ao uso de um rastreador de atividade por até uma semana no momento do exame. “Observamos que as pessoas que estão fazendo apenas um pouco mais de atividade, até mesmo atividade de intensidade leve, têm cérebros maiores do que aqueles que fazem muito pouco”, disse Spartano. Eles estimaram especificamente que, para cada hora de exercício leve feito regularmente em uma semana, o cérebro de uma pessoa evitaria o equivalente a 1,1 ano de encolhimento (ou uma perda de 0,22% em seu volume).