Segundo os pesquisadores, os estudos sobre o uso da edição dos genes CRISPR-Cas9 para deter a infecção pelo HTLV-1 estão em projetos iniciais, com foco principalmente em experimentos in vitro e em modelos celulares testados em laboratório. “As pesquisas têm explorado a capacidade do CRISPR-Cas9 para interromper a integração do HTLV-1 no genoma de células hospedeiras ou para desativar genes virais essenciais”, relatam. “Além disso, a dificuldade em desenvolver métodos de entrega do sistema CRISPR-Cas9 em células-alvo específicas, como células T infectadas, e a ausência de ensaios clínicos robustos [com grande número de pacientes] ainda limitam o avanço para aplicações clínicas.”
“Pesquisas futuras focam no desenvolvimento de técnicas que aumentem a eficiência e a precisão da edição genética, como o desenho de novos gRNAs [sequências de RNA que guiam o corte do DNA no processo de edição] e a utilização de métodos de entrega mais eficientes”, observam Domingues, Folgosi e Casseb. “Portanto, embora os estudos estejam avançando, ainda são necessários maiores progressos para que o CRISPR-Cas9 seja aplicado como uma terapia viável contra o HTLV-1.”O estudo foi desenvolvido no IMT, sob a supervisão do professor Jorge Casseb. A pesquisa conta ainda com a colaboração da professora Shirley Komninakis, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Retrovírus, sediado na FMUSP e cujo site pode ser acessado , e da professora Simone Kashima, do Centro de Terapia Celular (CTC) da USP, com sede no Hemocentro de Ribeirão Preto, além de pós-graduandos da USP e Unifesp. O artigo de revisão Novel approaches for HTLV-1 therapy: innovative applications of CRISPR-Cas9 foi publicado na Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo no último dia 24 de agosto.
Mais informações: e-mails [email protected], com Wilson Domingues, e [email protected], com o professor Jorge Casseb