Cultura
Drama “Os Filhos dos Outros” retrata maternidade da mulher madura com olhar sensível
A produção feminina "Os Filhos dos Outros" explora diferentes formas de cuidado e a vida da madrasta; o Giz Brasil assistiu antes e traz resumão
Imagem: Divulgação
A comédia dramática francesa “Os Filhos dos Outros”, da cineasta Rebecca Zlotowski, chega aos cinemas do Brasil nesta quinta-feira (5). O longa conta a história de Rachel (Virginie Efira), uma professora que desperta seu desejo de ser mãe ao conviver com a filha de 4 anos de seu namorado.
O filme concorreu como Melhor Filme no Festival de Veneza de 2022 e ainda rendeu a Efira, vencedora de um César — o Oscar francês –, um prêmio de Melhor Atriz no Lumière Awards 2023, uma das principais premiações do país. E é bem fácil entender o motivo.
O longa começa quase como um romance, com sensualidade e química entre os atores de Rachel e Ali (Roschdy Zem). Embalados por uma boa trilha sonora, acompanha-se o desenrolar do relacionamento do casal, que é muito bem construído no roteiro.
A trama dramática
É então que entra o elemento dramático. Após conhecer a filha de Ali, Leila (Callie Ferreira-Goncalves), Rachel percebe que gostaria de ser mãe. E não é só com a menina que a vemos assumir o papel de cuidadora. Anteriormente, ela também enxergava seu papel como professora como uma forma de apoiar e aconselhar os jovens. Com isso, só há um obstáculo no desejo de Rachel: o tempo. É assim que Efira brilha, ao se aprofundar nos anseios e dúvidas de uma mulher de uns 40 anos que encara os limites impostos por seu “relógio biológico” enquanto revela seus receios em relação à maternidade quando jovem.No entanto, o “Os Filhos dos Outros” não faz isso de uma forma etarista, mas sim sensível. Afinal, a trama tem relação com a história da própria diretora, que descobriu sua primeira gravidez durante as filmagens.
O enredo, entretanto, é bastante realista, e mostra as dificuldades de se cuidar do filho de outra pessoa, seja como madrasta ou tia. E é devido a essa realidade que o final pode não ser como o público espera. Ele quebra expectativas sobre o futuro de Rachel, ao mesmo tempo que celebra seu impacto positivo na vida de seus alunos.