Um documentário do canal History Channel promete finalmente desvendar os mistérios do Triângulo das Bermudas. A produção, com lançamento previsto para 22 de novembro, investigou por meses cada um dos pontos de interrogação sobre a região oceânica mais enigmática do mundo.
Em seis episódios, o documentário “The Bermuda Triangle: Into Cursed Waters” (ainda sem nome em português) acompanha uma equipe de detetives subaquáticos que tenta identificar destroços na área de mais de 1 milhão de quilômetros quadrados entre a Flórida e Porto Rico.
O Triângulo das Bermudas é foco de desaparecimentos inexplicáveis há dezenas de anos. As águas da região já “engoliram” diversos navios e aviões. Muitos desapareceram sem deixar rastros.
Os investigadores analisam a área com ajuda de um mapa que levou décadas para ser construído. Ali está a localização de todos os destroços já identificados e de acontecimentos surpreendentes não explicados até hoje.
A cada semana, a equipe tentará identificar um naufrágio misterioso e avaliar o que há de verdade e mito por trás das lendas.
Por que tanto mistério?
Definitivamente, não é por acaso que o Triângulo das Bermudas atrai tanto a atenção. Tudo começa em 1945, quando cinco aviões da Marinha dos EUA desapareceram ao passar por ali.
O episódio, conhecido por “Voo 19”, aconteceu em condições meteorológicas estáveis e com pilotos experientes em um treinamento de futuros comandantes aéreos.
Uma mensagem de rádio entre os pilotos mostra que estavam incertos sobre a posição e que a bússola da aeronave estava com defeito. Pouco depois, os aviões se perderam em algum lugar ao leste da Flórida – e nunca mais foram vistos ou ouvidos novamente.
O mais surpreendente é que um sexto avião que foi realizar buscas para encontrar sobreviventes do Voo 19 também desapareceu em seguida. Ao todo, 27 pessoas sumiram sem deixar rastros ou pistas que pudessem ser encontrados.
Depois disso, diversos relatos apontaram para o desaparecimento de aviões e navios que passavam nesse ponto geográfico. O último é de janeiro de 2021, quando a Guarda Costeira da Flórida . A busca foi suspensa após 84 horas de buscas intensas, sem qualquer vestígio da embarcação ou tripulação.
Entre céticos e conspiracionistas
O fato de haver tantos desaparecidos inexplicados em uma única região deu lugar a diversas teorias. Há quem diga que ali existem ondas gigantes; outros acreditam na formação de bolhas gigantes de gás metano.
Outras teorias envolvem redemoinhos sugadores de navios, zonas que confundem equipamentos e aviões e até a existência de buracos negros. Nessa última, é fácil rebater: é improvável que exista um buraco negro nessa área.
Isso porque um buraco negro é uma região finita do espaço com uma concentração de massa tão poderosa a ponto de nada sair do seu controle. Se existisse um buraco negro ali, tudo o que passasse por ele desaparecia, sem exceção – ou seja, voos e navios desaparecem, sim, mas não são todos.
Além das ideias de conspiração, também há teorias científicas que expliquem tantos desaparecimentos. Entre elas estão erros humanos (sim, eles acontecem), a instabilidade do clima na região, variações magnéticas e de neblina, e os chamados buracos azuis, comuns no subsolo marítimo das Bahamas.
Buracos azuis são quase como “cavernas verticais” que existem há milhares de anos e criam correntes muito fortes capazes de empurrar grandes navios com muita força.
A mais profunda do mundo, localizada no Triângulo das Bermudas, é a chamada Sansha Yongle Blue Hole, com 300 metros de profundidade. É bastante comum encontrá-los na América Central.