Do frango ao tofu: proteínas estão contaminadas com microplásticos
Depois de encontrar microplásticos na corrente sanguínea e no coração de humanos, pesquisadores descobriram que eles já dominaram também os alimentos. Ao menos as proteínas.
Ao analisar amostras de alimentos da categoria, a base de plantas ou animais, o da identificou a presença das partículas de plástico em cerca de 90% delas.
Assim, a pesquisa confirma tendências já reveladas por estudos anteriores de que as pessoas consomem o equivalente a um . Os resultados são preocupantes, uma vez que os microplásticos afetam a saúde humana.
Por exemplo, eles podem interromper a liberação natural de hormônios aumentando potencialmente o risco de distúrbios reprodutivos e certos tipos de câncer. Também podem carregar toxinas, como metais pesados, em sua superfície.
Entenda a pesquisa
Entre as 16 fontes diferentes de proteínas analisadas no estudo, estavam frutos do mar, frango, carne bovina, tofu e alternativas de carne à base de plantas.
“Pelo menos uma amostra de cada um dos 16 tipos de proteínas que testamos — e testamos várias replicatas de cada uma — continha microplásticos“, afirmou George Leonard, autor do estudo. No total, 90% das amostras tinham as partículas.
De acordo com os pesquisadores, as partículas estavam presentes em concentrações semelhantes tanto nas proteínas de origem terrestre quanto aquelas que vêm da água.
No entanto, os cientistas perceberam diferença entre aquelas proteínas que passaram por processamento mais intenso. Segundo a pesquisa, essas amostras continham mais microplásticos.
Para os pesquisadores, isso sugere que o processamento é outra fonte potencial de microplásticos na comida. “Isso faz sentido, já que alimentos processados provavelmente entram em contato com muitas superfícies antes de chegar ao consumidor”, afirma Leonard.
Microplásticos não são apenas um problema dos oceanos
Muitos estudos já reportaram a presença de microplásticos nos oceanos. Dessa forma, é comum pensar que a contaminação pelas partículas acontece apenas, ou ao menos com mais frequência entre os animais que ali vivem. Por exemplo, peixes e outros frutos do mar.
No entanto, a nova pesquisa deixa claro que outras fontes de proteínas podem ser tão problemáticas. “Estamos encontrando em toda a cadeia alimentar”, disse Leonard.
Agora, esperam que os resultados da pesquisa evidenciem que são necessárias ações em larga escala para evitar que os microplásticos entrem no sistema alimentar desde o início.
“Defender políticas que reduzam a quantidade de plásticos produzidos e evitem que os microplásticos entrem em nossas vidas será a maneira mais eficaz de agir”, concluiu Leonard.