DNA da varíola dos macacos sugere que vírus se espalha em pessoas há anos
Pesquisadores da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, do ortopoxvírus, patógeno responsável pela varíola dos macacos. De acordo com os cientistas, o vírus está circulando desde 2017, mas agora apresenta uma maior quantidade de mutações.
O sequenciamento bate com outros feitos entre 2017 e 2019 em Israel, Nigéria, Cingapura e Reino Unido. Porém, os casos atuais, relatados em 27 países até agora, estão sendo causados por um vírus com 47 mutações.
O número impressionou cientistas, já que o esperado é que a “varíola dos macacos” sofra não mais do que duas alterações genéticas a cada ano. Dessas 47 mutações, 42 ocorreram nas letras TT ou GA do DNA, que foram modificadas para TA ou AA, respectivamente.
A observação acendeu uma luz. Geralmente, mudanças como essa são feitas por um grupo de enzimas humanas conhecidas por APOBEC3. Elas alteram o DNA do vírus procurando defender o próprio organismo humano. De acordo com os pesquisadores, caso a informação seja confirmada, significa que o vírus atual é realmente o resultado de uma epidemia silenciosa que ocorreu em 2017.
Em resumo, o vírus não parece ter evoluído para se espalhar melhor entre as pessoas. Na verdade, a mutação atual pode ser ainda menos apta do que aquela que rodou em 2017, já que foi enfraquecida pelo próprio sistema humano.
Mesmo assim, não é hora para negligenciar a doença. Apesar de não causar quadros graves ou mortes, ela ainda pode ser perigosa para crianças e pessoas imunossuprimidas. O uso de máscaras e a boa higienização das mãos seguem sendo a melhor forma de evitar o vírus.