Diplomata diz que EUA podem rever compartilhamento de inteligência se Brasil tiver 5G da Huawei
“Se essa informação é transmitida por canais que usam fornecedores não confiáveis no 5G, isso causa vulnerabilidades, e pessoas nas quais não confiamos podem se aproveitar”, disse à Folha, o vice-secretário.
Quando questionado sobre a existência de indícios ou provas do fato de o 5G, Strayer recorreu à legislação chinesa e ao histórico das empresas para explicar a posição dos EUA. “Devido à lei de inteligência nacional da China e do fato de que as empresas são geralmente controladas pelo Partido Comunista, para nós empresas e governo chinês são a mesma coisa”, afirmou o diplomata. Ele também disse que houve “roubo sistemático de propriedade intelectual” por parte da China durante “muitos anos”. Não é a primeira vez que se tem notícia dos EUA pressionarem países para não usarem tecnologias chinesas de 5G. Também não é a primeira vez que usam o compartilhamento de informações de inteligência como argumento para tentarem convencer aliados. Vale lembrar que os EUA e a China estão em uma .Em março, o Wall Street Journal noticiou que o embaixador dos EUA na Alemanha enviou uma carta ao ministro da Economia do país europeu dizendo o compartilhamento de inteligência seria reduzido se a Huawei fosse autorizada a participar de redes 5G.
A discussão sobre a participação de empresas chinesas no 5G brasileiro vem se tornando mais frequente nos últimos meses. Em maio, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse em entrevista ao jornal Valor Econômico que o Brasil não vai vetar a presença da Huawei no 5G. Na ocasião, ele também revelou que o presidente dos EUA, Donald Trump, alertou sobre a empresa chinesa em um encontro com o presidente Jair Bolsonaro.
A pressão parece não ser a única medida para barrar a expansão da Huawei no 5G. , mudanças na regulamentação da TV paga e das telecomunicações, pensadas para facilitar a conclusão da fusão de AT&T e Time Warner, também poderiam permitir que a operadora norte-americana AT&T pudesse comprar a brasileira Oi e barrar a compra de tecnologia chinesa no Brasil.